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DETECÇÃO MOLECULAR DE PATOGENOS EM CARRAPATOS DE AVES SILVESTRES DA MATA ATLÂNTICA PARANAENSE

MOURA, Julia Isabelle ¹; STAMMER, Laura Melissa Dallagnol ³; SANCHES, Gustavo Seron ³; MARTINS, Thiago Ferreira ³; BECHARA, Gervasio Henrique ²
Curso do(a) Estudante: Medicina Veterinária – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Medicina Veterinária – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: Carrapatos são artrópodes da classe Arachnida e ordem Ixodida de importância para saúde pública. Esses animais funcionam como vetores de patógenos ao homem e a animais domésticos e silvestres, por serem parasitas hematófagos. As aves, por sua vez, são animais que possuem um papel importante como hospedeiros para o desenvolvimento de estágios imaturos dos carrapatos. Esses animais apresentam ainda a capacidade de disseminarem seus ectoparasitas, junto com potenciais patógenos, por conseguirem se deslocar longas distâncias. Diante desse cenário, juntamente com as condições do século XXI de expansão populacional e desmatamento, se torna importante o estudo de patógenos em carrapatos de aves silvestres, tópico ainda pouco abordado na mata atlântica paranaense, bioma brasileiro especialmente impactado pela presença humana. OBJETIVOS: Identificar bactérias patogênicas em carrapatos coletados de aves silvestres no Parque Estadual do Palmito, Paranaguá, Paraná, e na Reserva Natural Guaricica, Antonina, entre os anos de 2006 e 2024. MATERIAIS E MÉTODO: As aves foram capturadas em redes de neblina e seus ectoparasitos coletados por meio de pinças entomológicas. Estes foram acondicionados em microtubos e levados para o laboratório de parasitologia da PUCPR, Curitiba. Todos os 160 artrópodes coletados de 36 espécies de aves são do gênero Amblyomma, e já foram identificados 26 desses a nível de espécie, sendo 20 ninfas A. longirostre e outras 5 ninfas A. calcaratum, por meio de chaves dicotômicas. Em seguida, em laboratório, houve a extração de DNA de 63 carrapatos coletados em Paranaguá por meio do reagente TRIzol e de 13 carrapatos coletados em Antonina por meio do protocolo GT. A verificação da integridade do material genético foi feita por meio de PCR para o gene endógeno 16S. O DNA de 52 amostras foi testado para verificar a presença de bactérias do gênero Rickettsia sp. por meio da técnica de PCR para o gene alvo gltA (CS2) RESULTADOS: O DNA testado para verificar presença de bactérias do gênero Rickettsia sp. resultou em 22 (42,3%) espécimes positivos, sendo 15 amostras de Paranaguá e 7 amostras de Antonina. A bactéria foi identificada nos carrapatos de estágio larval, nas duas localidades, que estavam parasitando aves das espécies Xiphorhynchus fuscus, Chiroxiphia caudata, Leptopogon amaurocephalus, Tachyphonus coronatus, Ramphocelus bresilia, Manacus manacus e Lathrotriccus euleri. As amostras positivas para Rickettsia coletadas em Antonina também foram testadas para o gene ompA, presente apenas nas bactérias causadoras da Febre Maculosa, obtendo 100% de resultados positivos. Todas as amostras de Antonina foram também testadas para Borrelia, agente da doença de Lyme, e para Anaplasmataceae, não apresentando nenhum resultado positivo. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Esses resultados corroboram outras pesquisas que ressaltam a importância da associação entre carrapatos de aves e Rickettsia, sendo especialmente relevantes no contexto de degradação ambiental e aumento de incidência de zoonoses atual. Esta pesquisa se torna importante no Brasil, e particularmente no Paraná, onde há poucos estudos sobre o potencial de carrapatos de aves silvestres como vetores de patógenos.

PALAVRAS-CHAVE: Carrapatos; Patógenos; Aves; PCR, Zoonose.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa Fundação Araucária no programa PIBIC.