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DESIGUALDADES DE GÊNERO NOS CLUSTERS DE COMPORTAMENTOS DE RISCO EM ADOLESCENTES: UM ABORDAGEM MULTI-PAÍSES

BUZZI, Francieli ¹; WENDT, Andrea Tuchtenhagen ²
Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Engenharia Biomédica – Escola Politécnica – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: As transições demográficas e epidemiológicas do globo tornaram doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) nas principais causas de morte. Além disso, fatores de risco para estas doenças, como: tabagismo, consumo de álcool, inatividade física e má alimentação, adquiridos na juventude, podem persistir na vida adulta. Ademais, a desigualdade de gênero perpetua-se na sociedade, mas também na saúde. Dessa forma, é de fundamental importância identificar qual sexo representa maior vulnerabilidade para a simultaneidade de fatores de risco entre adolescentes. OBJETIVOS: Descrever as desigualdades de gênero quanto aos clusters de fatores de risco em 92 países. MATERIAIS E MÉTODO: O projeto utilizou dados secundários de 92 países, disponibilizados pelos inquéritos de base escolar Health Behavior in School-aged Children study (HBSC) e Global School-based Student Health Survey (GSHS), realizados em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Por incluir dados de vários países, foi necessário um processo de harmonização dos dados antes do cálculo das estimativas. Os inquéritos têm como amostra adolescentes de 13 a 17 anos frequentando escolas. Foram aplicados questionários auto aplicados. Os desfechos avaliados neste projeto são os seguintes: inatividade física (não seguir a recomendação da OMS para adolescentes), consumo diário de refrigerantes, experimentação de cigarro, experimentação de álcool e simultaneidade/cluster de fatores de risco (pelo menos dois fatores de risco listados anteriormente. Foram apresentadas as frequências de cada desfecho para meninos e meninas em cada país assim como a mediana destas prevalências (para cada desfecho) a fim de resumir os achados considerando todos os países. Para avaliar as desigualdades de gênero foi utilizada a diferença de prevalências entre meninos e meninas para cada país sendo expressa em pontos percentuais. Também foi calculada a medida das medidas de diferença de prevalência afim de sumarizar o padrão de desigualdade para todos os países juntos. RESULTADOS: A mediana da prevalência de inatividade física considerando todos os países foi 83,5%, a de consumo diário de refrigerantes foi 62,6% e as de experimentação de cigarro e álcool foram 18,1% e 38,7% respectivamente. A mediana da prevalência de simultaneidade de fatores de risco foi 59,8%. A inatividade física foi mais frequente entre meninas (mediana da diferença entre sexos= -7%), enquanto as experimentações de cigarro e álcool foram mais comuns entre meninos (mediana da diferença entre sexos para exp. cigarro= 5,1%; mediana da diferença entre sexos para exp. álcool= 5,8%). O consumo diário de refrigerantes e a simultaneidade de fatores de risco não apresentaram padrão consistente variando muito a direção da desigualdade de acordo com o país. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo salientou desigualdades de gênero nos fatores de risco para DCNTs (doenças crônicas não transmissíveis) de 92 países em adolescentes de 13-17 anos. Nestes países, identificou-se alta prevalência de simultaneidade de fatores de risco, sendo meninos mais propensos ao uso de substâncias e meninas à inatividade física. O consumo de refrigerantes por outro lado não revelou padrão de gênero, variando bastante de acordo com o país. Estes resultados podem ajudar na elaboração e planejamento de intervenções e/ou políticas públicas.

PALAVRAS-CHAVE: 1. Desigualdade de gênero; 2. Saúde; 3. Adolescentes; 4. Fatores de risco; 5 Doenças crônicas não transmissíveis

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida na modalidade voluntária no programa PIBIC.