Logo PUCPR

DO BRANCO AO BEGE: REPENSANDO O PARADIGMA MONOCROMÁTICO DO TECIDO ADIPOSO

ABUD, Matheus Henrique Nogueira ¹; CAMPELO, Patricia Maria Stuelp ²
Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Farmácia – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: A obesidade é um problema de saúde pública crescente, com consequências significativas, incluindo diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares. Diante disso, entender os diferentes tipos de tecido adiposo, como o tecido adiposo branco (TAB), tecido adiposo marrom (TAM) e tecido adiposo bege (TABe), e seu papel na regulação do metabolismo e da saúde humana, é essencial para uma compreensão mais profunda dessas doenças crônicas. OBJETIVOS: Entender melhor a diferenciação e a função dos diferentes tipos de tecido adiposo, especialmente o tecido adiposo bege, e como esse conhecimento pode contribuir para estratégias terapêuticas no combate à obesidade e às doenças metabólicas associadas. Especificamente, busca-se investigar os mecanismos pelos quais o tecido adiposo marrom (TAM) e o tecido adiposo bege (TABe) influenciam a homeostase energética e a sensibilidade à insulina. MATERIAIS E MÉTODO: Este trabalho foi realizado através de uma pesquisa exploratória com revisão de literatura do tipo integrativa. Foram selecionados artigos nas bases de dados eletrônicas PubMed, SciELO e Google Acadêmico. Foram utilizadas as palavras-chave: Tecido adiposo branco; Tecido adiposo marrom; Tecido adiposo bege; Termogênese; Obesidade; Diabetes tipo 2 e foram aplicados os filtros: últimos 10 anos (entre 2014 e 2024), estudos em humanos, nos idiomas inglês e português. Os critérios de inclusão e exclusão foram aplicados para garantir a relevância dos estudos selecionados. RESULTADOS: Após ampla pesquisa nas bases de dados, foram encontrados 33 estudos estudos no PUBMED, 51 estudos na base Google Scholar. Porém, na base SciELO não foram encontrados estudos relevantes, mesmo após a redução dos descritores. O tecido adiposo bege possui características intermediárias entre o TAB e o TAM, podendo ser induzido por estímulos como frio e exercício físico. O TABe tem um potencial significativo na termogênese e na regulação do metabolismo energético. Experimentos revelaram que a ativação do TABe aumenta o gasto energético, melhora a sensibilidade à insulina e diminui a resistência à insulina, bem como os níveis de glicose e lipídios plasmáticos. Estes achados sugerem que a ativação do TABe pode ser uma estratégia eficaz no manejo da obesidade e doenças metabólicas associadas. Além disso, fatores como a idade e inflamação crônica foram identificados como limitadores na capacidade de indução do TABe. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O TAM e o TABe são importantes para a termogênese e o metabolismo energético. Eles podem melhorar a sensibilidade à insulina, reduzir a resistência à insulina e baixar os níveis de glicose e lipídios, oferecendo potencial terapêutico para obesidade e diabetes tipo 2. A ativação desses tecidos, especialmente através da proteína desacopladora 1 (UCP1), aumenta o gasto energético e pode ajudar na prevenção e tratamento dessas doenças. No entanto, fatores como idade e inflamação crônica podem afetar a eficácia dessa abordagem. Avanços na compreensão dos mecanismos genéticos e epigenéticos podem ajudar na manipulação desses tecidos para fins terapêuticos, mas há desafios na tradução dessas descobertas para a prática clínica, incluindo a necessidade de agentes específicos para ativar UCP1 sem efeitos adversos. A personalização das terapias e a exploração de biomarcadores são essenciais para maximizar a eficácia e minimizar os riscos.

PALAVRAS-CHAVE: 1. Tecido adiposo branco; 2. Tecido adiposo marrom; 3. Tecido adiposo bege; 4. Obesidade; 5. Diabetes.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida na modalidade voluntária no programa PIBIC.