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COMPLICAÇÕES AGUDAS DO DIABETES MELLITUS EM CURITIBA

CATANI, Júlia Ling ¹; VOLACO, Alexei ³; OLANDOSKI, Márcia ³; FARIA, Ana Cristina Ravazzani De Almeida ²
Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: Mais de 15 milhões de brasileiros convivem com Diabetes Mellitus (DM). Destes, 75% recorrem aos serviços públicos de saúde para cuidados crônicos e agudos, como emergências hiperglicêmicas e hipoglicêmicas. A prevenção das complicações agudas do diabetes (CAD) está diretamente relacionada à qualidade da assistência OBJETIVOS: Localizar e mapear o atendimento de CAD nas Unidades Públicas de Pronto Atendimento (UPA). Identificar as características da população estudada. Correlacionar a taxa de CAD com a média de Hemoglobina glicada e com o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do Distrito Sanitário de residência do paciente. MATERIAIS E MÉTODO: Este estudo observacional retrospectivo foi realizado entre fevereiro de 2023 e janeiro de 2024, por meio de análises de dados secundários registrados pela Secretaria de Saúde do município de Curitiba. A população deste estudo foi de pessoas de qualquer idade atendidas nas Unidades de Pronto Atendimento e cadastradas com diagnósticos compatíveis com complicações agidas do diabetes conforme a Classificação Internacional de Doenças-10 (CID-10). Foram coletados dados de: idade, sexo, distrito sanitário segundo bairro residencial e se o episódio agudo gerou internação. Para posterior comparação, de cada distrito sanitário, foram coletados dados do número de pessoas cadastradas, Hemoglobina Glicada (HBA1c) e Índice Geral de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), bem como o IDHM dos domínios renda, educação e longevidade. Os dados foram analisados com o programa computacional IBM SPSS Statistics v.29.0.0. A taxa de eventos de CAD foi calculada por 100.000 habitantes cadastrados na Secretaria Municipal de Saúde. Os resultados foram apresentados considerando os distritos sanitários do bairro de residência. Para avaliar a correlação entre a taxa de eventos e os níveis de HBA1c e IDHM, foram estimados coeficientes de correlação de Spearman. Valores de significância de p<0,05. RESULTADOS: A amostra foi composta por 2667 pacientes. A população estudada teve idade média de 56,1 ± 18,9 anos, HBA1c média de 7,54 ± 0,13 %, IDHM médio 0,797 ± 0,032. De toda a amostra, 51,4% eram mulheres, 67,8 % e 32,2% tiveram complicações hiperglicêmicas e hipoglicêmicas respectivamente. Na faixa etária acima de 60 anos, 55,6% dos casos foram de complicações hiperglicêmicas. A taxa de eventos de CAD foi de 129/100.000 habitantes. Essa taxa também foi maior para aqueles com ≥ 60 anos. A correlação entre a taxa de eventos CAD e HBA1c não foi significativa. Houve uma correlação inversa entre o número de eventos de CAD e o domínio renda do IDHM para todos os eventos de CAD [Coeficiente de Correlação de Spearman (CCS) -0,83, p=0,003). A mesma correlação foi encontrada quando avaliados apenas os eventos de hiperglicemia (CCS -0,84, p=0,002) e de hipoglicemia separadamente. (CCS -0,74, p=0,014). CONSIDERAÇÕES FINAIS: O número de complicações agudas de cada distrito sanitário está relacionado com as características sociais de sua população, especialmente relacionadas às características de renda. Os idosos correm maior risco de complicações agudas do diabetes. Investimentos em assistência médica e educação voltados para cada distrito sanitário podem ser cruciais para concentrar esforços na melhoria da qualidade da assistência à saúde dessa população.

PALAVRAS-CHAVE: 1. Diabetes Mellitus; 2. Complicações agudas de diabetes; 3. Determinantes sociais

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida na modalidade voluntária no programa PIBIC.