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ANÁLISE DE FATORES CLÍNICOS RELACIONADOS AO RISCO DE AMPUTAÇÃO DE MEMBROS INFERIORES EM PACIENTES COM NEUROPATIA PERIFERICA DIABETICA

PACHECO, Juan Carlos ¹; DEZAN, Thiago Hanel ³; CORAL, Francisco Eduardo ²
Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: IO diabetes mellitus é um distúrbio de prevalência crescente e com um grande impacto na sociedade, sendo a úlcera de pé diabético uma de suas complicações mais comuns. Se não tratadas, as úlceras podem piorar e levar à amputação de membros inferiores, com perda de qualidade de vida e aumento da mortalidade. OBJETIVOS: Analisar os fatores clínicos relacionados ao risco de amputação de membros inferiores em pacientes com neuropatia periférica diabética. MATERIAIS E MÉTODO: Coorte retrospectiva com inclusão de pacientes atendidos por neuropatia periférica diabética no ambulatório de Cirurgia Vascular do Hospital Universitário Cajuru, entre 2020 e 2024. Os participantes foram divididos em dois grupos: os que sofreram amputação e os que não sofreram. Os grupos foram comparados em relação a tempo de acompanhamento no serviço; tabagismo e carga tabágica; hipertensão arterial sistêmica e dislipidemia; retinopatia e nefropatia diabéticas; primeira dosagem de HbA1c no serviço; uso de insulina; número de pés acometidos; classificação do pé acometido ou do pior; isquemia (pela ausência de pulsos descritos no exame físico); índice tornozelo-braço; ocorrência ou não de úlcera; número de úlceras; amputação ao longo do seguimento; classificação da amputação (menores ou maiores); tempo de evolução da úlcera até a amputação e presença de úlcera no último seguimento. RESULTADOS: Verificou-se que 70% dos pacientes foram submetidos a amputação durante o acompanhamento. Os pacientes amputados foram comparados aos não amputados, revelando que não houve diferença estatisticamente significativa na idade média entre os grupos (p = 0,760). Quanto ao tabagismo, 60% dos não amputados eram não tabagistas, comparados a 66% dos amputados (p = 0,652), com carga tabágica média de 20,3 maços-ano para não amputados e 12,6 maços-ano para amputados (p = 0,514). A prevalência de hipertensão (67% vs. 64%, p = 1,000) e dislipidemia (47% vs. 41%, p = 0,664) não diferiu significativamente entre grupos. A retinopatia diabética foi comum em ambos (97% vs. 94%, p = 1,000), assim como nefropatia diabética (80% vs. 89%, p = 0,345). O controle glicêmico (HbA1c) foi similar (9,4% vs. 8,7%, p = 0,099), assim como a dependência de insulina (20% vs. 24%, p = 0,797). A ausência de pulsos e índice tornozelo-braquial não mostraram diferenças (p > 0,3). A presença de úlceras no último seguimento não diferiu significativamente entre os grupos (87% vs. 96%, p = 0,193). O tempo médio de acompanhamento livre de amputação foi maior para não amputados (328,1 dias vs. 228,4 dias, p = 0,002), porém o tempo total de acompanhamento foi maior para amputados (515,6 dias vs. 328,1 dias, p = 0,029). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Embora haja diferenças significativas no tempo de acompanhamento livre de amputação e no tempo total de acompanhamento, não foram encontradas diferenças nas características clínicas entre pacientes amputados e não amputados. Faz-se necessário que as limitações identificadas no presente estudo sejam ajustadas em futuras pesquisas, a fim de melhorar a compreensão dos fatores analisados. Além disso, recomenda-se melhorar programas de prevenção e educação, incluindo exames regulares dos pés, visando reduzir a morbidade e mortalidade associadas ao pé diabético.

PALAVRAS-CHAVE: 1. Diabetes Mellitus Tipo 2; 2. Neuropatia Periférica Diabética; 3. Amputação de Membros Inferiores; 4. Fatores Epidemiológicos; 5 Úlcera do Pé Diabético.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa PUCPR no programa PIBIC.