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MULTILETRAMENTO NA ERA DIGITAL: DIFERENÇAS ENTRE TEXTOS AUTÊNTICOS E TEXTOS GERADOS POR MÁQUINAS

LARA, Victória Golanski ¹; NICOLA, Rosane De Mello Santo ²
Curso do(a) Estudante: Letras-Português-Inglês – Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Letras – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: A passagem de uma cultura baseada no letramento para uma cultura digital difere de outras passagens de uma forma de comunicação a outra. Nesse contexto de alta sofisticação de ferramentas digitais de geração de texto, e políticas voltadas para um maior letramento digital da população brasileira, há uma demanda por estudos que permitam identificar diferenças de micro e macroestrutura textual, em textos autênticos e textos gerados por máquinas. Portanto, é oportuna a seguinte questão norteadora de pesquisa: quais diferenças de micro e macroestrutura apresentam textos autênticos humanos e textos gerados por máquinas? OBJETIVOS: Geral: Identificar as características composicionais e linguístico-discursivas de textos gerados por máquinas, e de textos gerados por humanos. Específicos: i.Caracterizar autoria e marcas de autoria à luz de autores das áreas de Linguística e Filosofia; ii.Distinguir textos autênticos, autênticos adaptados, não autênticos e retextualizados conforme literatura da área de Linguística Textual Aplicada; iii.Examinar padrões linguístico-discursivos de textos expositivo-argumentativos gerados por humanos e textos gerados por máquina. MATERIAIS E MÉTODO: O estudo compara aspectos linguístico-discursivos de cinco trechos de textos-fonte expositivo-argumentativos gerados por humanos e presentes em paráfrases apresentadas em um trabalho de conclusão de curso de estudante de Letras. A partir dos mesmos textos-fontes parafraseados por essa estudante, solicitou-se a criação de paráfrases dos textos-fontes ao ChatGPT-4, por meio de Prompts específicos para orientar o ChatGPT-4 a produzir paráfrases que simulassem diferentes contextos de autoria RESULTADOS: Os resultados indicam que, embora o ChatGPT-4 seja capaz de replicar a formalidade e a estrutura dos textos humanos, suas produções frequentemente apresentam a artificialidade do texto semiautêntico. As paráfrases tendem a utilizar operações de substituição e apresentam repetições de termos do texto-fonte que podem resultar em um discurso mais artificial de quase cópia textual. Nas sequências expositivas, adequam-se parcialmente ao contexto acadêmico devido à falta de menção de autor/data. Por outro lado, as paráfrases humanas são concisas, coesas, argumentativas sem desvirtuar o conteúdo ou o gênero do texto-fonte, e adequando-se ao contexto acadêmico, ao fazer menção ao autor/data; configuram-se como textos autênticos adaptados, pois mantêm o conteúdo central e conceitual do texto-fonte. As paráfrases humanas empregam estratégias mais variadas por meio da variada utilização das operações linguísticas de reformulação textual, prevalecendo a concisão. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados mostram a necessidade dos multiletramentos para a atuação eficaz com o ChatGPT-4 e outras ferramentas de IA generativas, visto que na interação homem-máquina a formulação de perguntas adequadas é crucial para um contexto de produção e recepção coerente. Os prompts carregam informações contextuais que afetam diretamente a construção de paráfrases pela ferramenta, configuram-se como elementos da multimodalidade, que requer competências de letramento e cultura digital do sujeito. Os resultados da pesquisa apontam para a necessidade de se desenvolverem habilidades de multiletramentos e multimodalidade para que os indivíduos possam navegar e produzir conteúdo de maneira crítica e eficaz no ambiente digital.

PALAVRAS-CHAVE: 1. Linguística Textual; 2. Inteligência Artificial; 3. Autoria; 4. Paráfrase; 5. Multiletramentos.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida na modalidade voluntária no programa PIBIC.