VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS E OS PROCESSOS DE RESISTÊNCIA DOS ESTUDANTES DO PARANÁ (1964-1985)

INTRODUÇÃO: A Delegacia de Ordem Política e Social do Paraná (DOPS/PR), fundada em 1924, foi importante órgão de repressão essencial nas ditaduras. É anterior à Ditadura Civil Militar (1964-1985), trabalhando para a vigia, tortura, morte e desaparecimento de “inimigos internos” da nação, denominados como tal através de critérios subjetivos de “subversão”. Assim, faziam de alvos grupos contrários à Ditadura, dentre eles os estudantes. No Paraná, na esfera do ensino secundarista, o Colégio Estadual do Paraná (CEP), figurou entre as principais instituições cujo corpo estudantil e docente foi alvo dessa polícia política, sendo também casa de grupos de resistência organizados. OBJETIVOS: Busca-se investigar o teor dos processos políticos e policiais abertos pela polícia política contra os estudantes do Paraná durante a ditadura de 1964 a 1985, que compõem os Dossiês DOPS/PR. Assim, pretende-se identificar as acusações atribuídas aos estudantes, tais como documentos que comprovem a participação do CEP em colaboração à DOPS/PR, e, também, vestígios da resistência políticas destes estudantes ante o momento social e político vivido no país MATERIAIS E MÉTODO: Tratando-se, então, de uma pesquisa documental qualitativa, encontram-se nas pastas temáticas DOPS, sob guarda do Departamento de Arquivo Público do Paraná, as fontes primárias para o trabalho, tomando-se o cuidado de estar atento ao seu surgimento no seio de um dos órgãos de repressão responsáveis pela manutenção e imposição do regime militar RESULTADOS: Encontram-se nesses documentos vestígios do CEP colaborando com a DOPS/PR para vigiar estudantes (e, igualmente, professores) considerados subversivos, agindo de forma a inibir e reprimir suas ações, ao mesmo tempo que, na direção contrária, porção dos estudantes se organizava em resistência CONSIDERAÇÕES FINAIS: Através da investigação da relação entre o CEP, seus estudantes e a DOPS/PR, é possível compreender a importância que as forças de repressão e a polícia política da Ditadura Civil Militar davam à classe estudantil, garantindo a vigia, de perto, internamente às escolas, colégios e universidades. Assim, identificam-se ocorrências em que os Direitos Humanos desses estudantes são desrespeitados, ao mesmo tempo em que, de forma a resistir e denunciar tais ocorrências, grupos desses estudantes organizavam-se coletivamente para combater e divulgar tal cenário, seja através de agremiações, como através de manifestos e jornais estudantis.

PALAVRAS-CHAVE: 1. Ditadura Civil Militar; 2. Educação; 3. Memória; 4. Colégio Estadual do Paraná; 5 Direitos Humanos