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ANÁLISE DA PRESENÇA DE NOMES FEMININOS NAS AVENIDAS E RUAS CIDADE DE MARINGÁ

FURLAN, Matheus Barquez ¹; ARAUJO, Agnes Silva De ²
Curso do(a) Estudante: Arquitetura E Urbanismo – Escola Belas Artes – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Arquitetura E Urbanismo – Escola Belas Artes – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: O debate sobre a representatividade das diversidades sociais e de gênero no espaço público é fundamental para entendermos que as vivências de grupos historicamente subalternizados são relevantes para pensarmos e construirmos cidades justas e igualitárias. Para tentar lançar respostas sobre esta questão utilizamos os nomes das ruas como proxy para representatividade dos grupos de gênero no espaço urbano. O foco está na nomeação de ruas e avenidas como ato de manutenção da memória e disputa por locais de pertencimento, com ênfase na representatividade de gênero no espaço público e seus efeitos na cidade. Maringá, uma cidade de porte médio, foi selecionada como objeto de estudo devido a características específicas de seu desenvolvimento urbano. A cidade apresenta um grande número de vias públicas que foram planejadas e construídas após a década de 1970. Esse período é particularmente relevante, pois coincide com o início de uma nova fase do movimento feminista no Brasil, conforme apontado por Sarti (2004). OBJETIVOS: O objetivo geral da pesquisa é analisar a diferença, em termos quantitativos e espaciais, de ruas e avenidas com nomes de mulheres na cidade de Maringá Paraná. MATERIAIS E MÉTODO: Para a elaboração e categorização das vias públicas mencionadas neste relatório, empregou-se uma abordagem quantitativa e espacial. Os dados para análise foram coletados por meio da plataforma colaborativa OpenStreetMap (2023). Posteriormente, foram categorizados e analisados utilizando um Sistema de Informações Geográficas (SIG). Para a categorização das vias, foram utilizados os seguintes critérios de classificação: homens, natureza, país/cidade/estado, mulheres, outros, religioso, indígena, numeração, oriental, data, família/sobrenome. As classes foram adaptadas do trabalho de Arnhold e Schwengber (2022). RESULTADOS: Foram classificadas um total de 9135 vias públicas. Nota-se que majoritariamente os homens, representados pela cor azul, dominam esse espaço de representatividade na nomeação de ruas, avenidas e praças 4757 (52,5%). Curiosamente, a representatividade dos nomes femininos está abaixo de algumas outras categorias como “natureza” 1110 (12.2%) e “País/cidade/Estado” 942 (12,2%). Sendo os nomes femininos, representados pela cor rosa, em um total de 820 (9%). A categoria Data, representada pela cor lilás, com 77 (0.8%), representa momentos importantes da história brasileira e da própria cidade e estado. A categoria Família/Sobrenome, representada pela cor rosa claro, com 25 (0.3%), são nomes de famílias na sociedade. Ao buscar uma comparação entre logradouros com nomes femininos e masculinos nota-se a disparidade entre gêneros. De um total de 5577 vias públicas, 4757 são Homens “cor azul” (85,3%) e 820 “cor rosa” são de Mulheres (14,7%). CONSIDERAÇÕES FINAIS: A pesquisa revelou que os nomes masculinos são predominantemente encontrados nas vias públicas de Maringá, o que pode estar diretamente relacionado ao histórico de homenagens aos pioneiros. Essa predominância não é apenas um reflexo das práticas de nomeação do passado, mas também um indicador das relações de poder que moldaram a cidade. A escolha de homenagear majoritariamente homens contribui para a manutenção de uma narrativa histórica que privilegia o papel masculino na formação da cidade, enquanto as contribuições das mulheres são frequentemente ignoradas ou subestimadas.

PALAVRAS-CHAVE: Gênero; Poder; Representatidade; Memória; Espaço urbano.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa CNPq no programa PIBIC.