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ANÁLISE DA PRESENÇA DE NOMES FEMININOS NAS AVENIDAS E RUAS CIDADE DE LONDRINA

CORREIA, Natália Coutinho ¹; ARAUJO, Agnes Silva De ²
Curso do(a) Estudante: Arquitetura E Urbanismo – Escola Belas Artes – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Arquitetura E Urbanismo – Escola Belas Artes – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: Os papeis de gênero têm sido uma estrutura ativa na sociedade há séculos, impondo expectativas e limitações distintas tanto para homens quanto para mulheres. A presença das mulheres nas toponímias das ruas urbanas reflete como determinados espaços são reservados exclusivamente ao sexo masculino. As mulheres enfrentam o fenômeno da “invisibilidade social”, caracterizado pela menor probabilidade de serem notadas ou ouvidas em ambientes públicos, o que contribui para uma sensação de alienação e desconexão. Como ponto de partida para este ensaio, indagamos: que narrativas as cidades nos revelam sobre os papeis de gênero? Nesta pesquisa investigamos a interseção entre gênero e espaço público analisando a presença de nomes femininos em ruas e avenidas de cidades médias como Londrina. Essas cidades foram escolhidas, em parte, devido ao tecido urbano “novo”, desenvolvido a partir da década de 1970, período coincidente com o surgimento do movimento feminista no Brasil (Sarti, 2004). OBJETIVOS: Analisar comparativamente, em termos quantitativos e espaciais, os nomes de homens e mulheres das ruas e avenidas na cidade de Londrina. MATERIAIS E MÉTODO: A pesquisa adota a análise de dados espaciais como sua metodologia principal. Foi necessário coletar dados espaciais e informações a respeito das vias de Londrina. Esses dados foram obtidos através do site Geoaplica e da utilização de uma base voluntária de mapeamento colaborativo OpenStreet Maps, de informações abertas, utilizando um SIG (Sistema de Informações Geográficas), que permite a produção de uma base cartográfica, o software QGIS, acerca dos nomes e localização dessas ruas, respectivamente.
A categorização das vias foi realizada a partir de edição manual, as categorias selecionadas foram: homens, mulheres, natureza, país/estado/cidade, data, religioso, indígena, oriental, numeração, família/sobrenome e outros e relacionar os dados espacialmente. RESULTADOS: Foram classificadas um total de 8989 vias públicas. Nota-se que majoritariamente os homens dominam esse espaço de representatividade na nomeação de ruas, avenidas e praças. Curiosamente, a representatividade dos nomes femininos está abaixo de algumas outras categorias como “País/cidade/Estado” (11,3%). Quando analisadas apenas as categorias de nomes femininos e masculinos é evidente que os nomes masculinos são cerca de 85% dos casos das toponímias das vias públicas, enquanto as mulheres, apenas cerca de 15%. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados dessa pesquisa revelam que as toponímias das vias públicas de duas cidades médias do Paraná são majoritariamente masculinas, o que revela relações de gêneros assimétricas. O ato de nomear uma rua pode parecer explicitamente técnico, de responsabilidade das Câmaras Municipais ou do Poder Executivo. No entanto, é carregado de simbolismos e disputas de poder. A discussão sobre a representatividade das diversas identidades sociais e de gênero, com destaque às mulheres, no espaço público é crucial para compreendermos que as experiências dos grupos historicamente marginalizados são pertinentes para a concepção, edificação e desenvolvimento urbano. Reconhecer que a escolha do nome das vias públicas pode refletir e influenciar as percepções e experiências de pessoas na cidade, é possibilitar uma maior inclusão de grupos minoritários.

PALAVRAS-CHAVE: Relações de gênero; Espaços públicos; Nomes femininos; ruas.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa Fundação Araucária no programa PIBIC.