IMPRENSA PARANAENSE E REPRESENTAÇÕES SOBRE A MULHER NA SEGUNDA METADE DO SECULO XX (1960/1962)

INTRODUÇÃO: A pesquisa é continuidade da que foi desenvolvida em relação à primeira metade do século XX e abrange os anos de 1960 e 1962. Naquele estudo e neste trabalhamos com representações sobre a mulher obtidas por meio do Jornal Dário da Tarde, periódico de grande circulação no estado do Paraná, de cunho conservador fundado por Estácio Correia que circulou em Curitiba de 1899 a 1975. Por ser o primeiro jornal paranaense foi veículo importante de informação, transmissão cultural, de sociabilidade e da vida política do Paraná (WOITOWICZ, 2015). Os modos de representações sobre as mulheres não apenas traduzem concepção sobre o feminino como também deixam subjacente compreensão educativa de cunho assistemático sobre a mulher. Anteveem papeis, funções e lugares sociais a serem cumpridos e ocupados pela mulher não somente nos grupos nos quais estiveram inseridas, mas também o que deveriam ser na sociedade local e nacional. OBJETIVOS: revisão de literatura com vistas a maior aprofundamento da pesquisa; analisar matérias jornalísticas obtidas dos Jornais Diário da Tarde e Gazeta do Povo, cujo conteúdo versa sobre a mulher, para saber sobre representações construídas sobre ela na segunda metade do século XX no Paraná. MATERIAIS E MÉTODO: os dados foram coletados na Hemeroteca Digital e Biblioteca Pública do Paraná. RESULTADOS: Diferentemente da pesquisa anterior realizada no início do século XX, os dados obtidos sobre a mulher correspondentes aos anos de 1960 e 1962, dão conta de que ela não era alvo dos discursos médicos e das prescrições que visavam controlar o corpo feminino para a criação de uma prole saudável, como no início desse século. Agora, o que mais se observa nos jornais são notícias de abusos sexuais e físicos contra a figura da mulher, bem como a sua posição social privilegiada. Diferentemente do Jornal Diário da Tarde, a Gazeta também apresentava uma coluna exclusiva para comentar sobre a elite da sociedade paranaense, seus casamentos e organizações sociais, intitulada “o que se passa na sociedade”. Além disso, havia matérias soltas para comentar sobre casamentos, atrizes famosas etc., como, por exemplo “Marta Rocha casar-se-ia com deputado cearense”. CONSIDERAÇÕES FINAIS: identificou-se a idealização de uma mulher, mãe e esposa num exemplo de sociedade patriarcal. Agora a mulher não era apenas objeto das propagandas de roupas, pílulas e higiene familiar, mas também centro de matérias que registavam a violência física e emocional contra crianças, moças e mulheres adultas, o retrato de uma sociedade machista cujo feminino era visto e observado como mero objeto.

PALAVRAS-CHAVE: 1. Mulher ; 2. Imprensa Paranaense; 3. Representações;