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FUNÇÕES EXECUTIVAS DE CRIANÇAS EM ACOLHIMENTO FAMILIAR E INSTITUCIONAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

GILBER, Débora ¹; PARANA, Camila Maia De Oliveira Borges ²
Curso do(a) Estudante: Psicologia – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Psicologia – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: Diversos estudos apontam que a exposição a traumas precocemente repercute em vieses disfuncionais nas funções executivas, através de alterações neuroanatômicas, funcionais, metabólicas e neuroquímicas. É paradigma científico que crianças em acolhimento vivenciam experiências traumáticas de modo a serem afastadas de suas famílias. Além disso, há uma privação social e interacional imperativa no processo de institucionalização, associada a transtornos psiquiátricos, déficits na socialização e no desenvolvimento cognitivo. OBJETIVOS: O objetivo dessa pesquisa foi identificar as consequências do acolhimento familiar e institucional no desenvolvimento das funções executivas na infância e adolescência. Os objetivos específicos foram: a) Analisar o perfil cognitivo de crianças e adolescentes com histórico de acolhimento, em comparação aos que conviveram apenas com sua família de origem; b) Correlacionar o histórico prévio de traumas vivenciados por este público acolhido com os deletérios demonstrados no desenvolvimento das funções executivas; c) Analisar intervenções ou estratégias propostas para melhorar funções executivas desta população em acolhimento. MATERIAIS E MÉTODO: Realizou-se uma revisão sistemática com auxílio do fluxograma PRISMA. Abrangeram-se estudos publicados de 2014 a 2024, em português, inglês e espanhol. As bases de dados utilizadas foram: BVS, PubMed, Science Direct e CAPES. A estratégia de busca foi (“residential care” OR “foster care” OR “institutional care” OR “foster children”) AND (“executive function” OR “executive functions”). RESULTADOS: Foram identificados 2167 estudos, sendo 8 inclusos nesta pesquisa. Todos os estudos concordam que a institucionalização tem um impacto negativo significativo nas funções executivas e no desenvolvimento cognitivo. A institucionalização associou-se a diversos deletérios nas funções executivas, principalmente: memória operacional, controle inibitório, controle atencional, flexibilidade cognitiva e planejamento. Crianças que foram acolhidas em famílias, ainda com dificuldades persistentes, apresentaram certas melhoras comparadas às que permaneceram institucionalizadas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ainda que o acolhimento familiar reduza algumas consequências da institucionalização, não é suficiente para mitigar todos seus efeitos profundos e duradouros. Por fim, intervenções voltadas a situações reais para o desenvolvimento de funções executivas foram recomendadas, apesar da escassez de material empírico baseado em evidências para sustentá-las.

PALAVRAS-CHAVE: 1. Funções executivas; 2. Acolhimento institucional; 3. Acolhimento familiar; 4. Institucionalização; 5. Desenvolvimento cognitivo.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida na modalidade voluntária no programa PIBIC.