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EFEITOS DA HIPÓXIA COMO INDUTORA DE INFLAMAÇÃO EM PACIENTES OBESOS COM COVID-19: HISTOLOGIA E IMUNOHISTOQUÍMICA DE BIÓPSIAS PULMONARES POST-MORTEM

SILVA, Sofia Brunoro Da ¹; D’AMICO, Raíssa Campos ²
Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: A obesidade é uma condição frequentemente associada a complicações graves, em parte devido ao ambiente hipóxico no tecido adiposo que resulta da expansão dos adipócitos e insuficiente vascularização. Este ambiente hipóxico promove a estabilização do fator de transcrição HIF-1α, que, em condições normais, seria rapidamente degradado. O HIF-1α regula genes envolvidos na resposta à hipóxia, incluindo aqueles que controlam a angiogênese, metabolismo glicolítico e inflamação. Durante a pandemia de COVID-19, a interação entre obesidade, hipóxia e resposta inflamatória se tornou um ponto de interesse, uma vez que a infecção pelo SARS-CoV-2 pode exacerbar condições pré-existentes e alterar a regulação do HIF-1α. O estudo visou investigar a expressão do HIF-1α em pacientes obesos que faleceram devido à COVID-19 em comparação com aqueles que morreram por outras doenças graves, para entender melhor o papel deste marcador em contextos patológicos diferentes. OBJETIVOS: O objetivo geral do estudo foi avaliar a expressão da via do HIF-1α em indivíduos obesos que faleceram por COVID-19 em comparação com aqueles que vieram a óbito por outras condições graves. Especificamente, o estudo tinha dois objetivos principais: (1) descrever a via molecular do HIF-1α e investigar sua provável pré-ativação em pacientes obesos; e (2) explorar a possível relação de modulação entre a via do HIF-1α e o inflamassoma NLRP3. Estes objetivos visavam proporcionar uma compreensão mais detalhada dos mecanismos moleculares associados à obesidade e às complicações inflamatórias e hipóxicas. MATERIAIS E MÉTODO: O estudo envolveu a coleta e análise de amostras de tecido de pacientes obesos falecidos, divididos em dois grupos: um grupo com falecimento por COVID-19 e outro por outras doenças graves, como câncer, infarto agudo do miocárdio e tromboembolismo. Utilizou-se a técnica de imunoexpressão para medir os níveis de HIF-1α e realizar uma comparação entre os grupos. RESULTADOS: O estudo avaliou dois grupos de pacientes obesos: Grupo A (14 pacientes falecidos por COVID-19) e Grupo B (9 pacientes falecidos por outras causas). No Grupo A, a maioria era masculina (78,5%), com idade mediana de 57 anos e IMC mediano de 33,2 kg/m². Comorbidades comuns incluíram hipertensão arterial sistêmica (85,71%) e diabetes tipo 2 (35,71%). No Grupo B, também predominou o sexo masculino (66,6%) e a mediana de idade foi 65 anos. As principais comorbidades foram hipertensão arterial sistêmica (55,55%) e cirrose hepática (33,33%). Causas de óbito incluíram eventos tromboembólicos e neoplasias metastáticas. A análise revelou que a imunoexpressão de HIF-1α foi significativamente maior no Grupo B, com p=0,0327. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo confirmou a hipótese de que a expressão do HIF-1α é elevada em pacientes obesos que faleceram por COVID-19, refletindo a interação complexa entre obesidade, hipóxia e inflamação aguda. No entanto, a comparação com o grupo controle revelou que o HIF-1α estava ainda mais elevado em pacientes com outras condições graves, indicando que fatores como hipóxia e isquemia severas podem intensificar a expressão desse marcador. As descobertas destacam a importância de considerar não apenas a presença de infecção viral, mas também as condições patológicas associadas que podem influenciar a regulação do HIF-1α e a resposta inflamatória.

PALAVRAS-CHAVE: COVID-19; SARS-CoV-2; Obesidade; Inflamassoma; Tecido pulmonar

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida na modalidade voluntária no programa PIBIC.