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O CORPO, O GÊNERO E A PERFORMANCE NO XAMANISMO: TORNAR-SE O OUTRO

WALGER, Letícia Mara ¹; RADVANSKEI, Iziquel Antonio ²
Curso do(a) Estudante: Licenciatura Em Ciências Sociais – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Filosofia – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: Esta pesquisa examina o perspectivismo ameríndio, conforme proposto por Eduardo Viveiros de Castro, que enfatiza que apenas existe mundo para alguém, e que tudo tem alma – não apenas humanos e animais, mas também elementos geográficos. A essência da análise está na perspectiva de que para si mesmos, os animais são humanos, refletindo uma alma humana vestida em diferentes formas corporais. Este estudo aborda a ideia de gênero e corpo sob a ótica do multinaturalismo ameríndio, explorando como diferentes naturezas resultam da multiplicidade de corpos interligados pela condição humana. O papel do xamã é destacado, sendo ele o indivíduo que consegue transcender sua forma física para se comunicar com outros espíritos, funcionando como um tradutor entre mundos. OBJETIVOS: A pesquisa visa refletir sobre outras visões de mundo e estabelecer contato com estas formas de existência a partir dos povos originários, especificamente os ameríndios. Especificamente, busca-se entender o papel da mulher e do gênero feminino nas culturas indígenas, a noção de “tornar-se o outro” e as razões para o protagonismo masculino no xamanismo. MATERIAIS E MÉTODO: A pesquisa é de natureza teórica, baseada em artigos, teses e dissertações sobre a mulher indígena e as relações de gênero. Utilizando o Perspectivismo Ameríndio de Eduardo Viveiros de Castro, foram selecionados textos com até 20 anos de publicação, focando em abordagens modernas. A pesquisa é bibliográfica e não envolveu análises de comitês de ética. RESULTADOS: A análise revela que as etnografias anteriores se concentravam em regiões específicas, enquanto estudos recentes destacam a riqueza das culturas indígenas sul-americanas. Viveiros de Castro argumenta que para muitos povos ameríndios, o mundo é habitado por diferentes espécies de sujeitos que percebem o mundo de acordo com seus corpos. A pesquisa destaca como os xamãs, através de vestimentas e rituais, transformam-se em animais para adquirir diferentes perspectivas. Também se aborda a questão de gênero, destacando que, embora existam mulheres xamãs, seu papel é frequentemente subestimado e negligenciado na literatura. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A pesquisa evidencia a importância de compreender as diversas formas de pensamento ameríndio para uma transformação de perspectiva. No entanto, a escassez de material focado no papel das mulheres no xamanismo dificulta uma análise mais completa. A valorização das culturas indígenas e suas concepções de corpo e gênero é importante para uma compreensão mais ampla e inclusiva das sociedades humanas.

PALAVRAS-CHAVE: Perspectivismo; Ameríndio; Xamã; Gênero; Corpo

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa PUCPR no programa PIBIC.