Logo PUCPR

ISOLAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE CEPAS PERTENCENTES AO GÊNERO PHYTOBACTER EM AMOSTRAS AMBIENTAIS OBTIDAS DO ESGOTO HOSPITALAR

VIZENTAINER, Geovana ¹; GONÇALVES, Geiziane ³; PILLONETTO, Marcelo ²
Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: A resistência antimicrobiana constitui uma preocupação crescente para a saúde pública global. O uso indiscriminado de antibióticos atua como um catalisador nesta questão, ao promover a seleção e disseminação de genes de resistência aos antimicrobianos (ARGs). A abordagem de “Saúde Única” reconhece a interconexão entre a saúde humana, animal e ambiental. Dessa forma, a presença de ecossistemas compartilhados por bactérias ambientais, zoonóticas e patógenos clínicos constitui um importante foco impulsionador para a troca de material genético, representando um risco significativo à saúde humana. O gênero Phytobacter, emergente entre as Enterobacterales, destaca-se pela sua plasticidade genômica e capacidade de carrear ARGs, o que demonstra sua relevância clínica. O sistema de esgoto hospitalar constitui um nicho ecológico crítico para a troca gênica entre bactérias, justificando o monitoramento contínuo como ferramenta para vigilância epidemiológica e a detecção precoce de patógenos atípicos e fatores de resistência. OBJETIVOS: Realizar um estudo polifásico das cepas suspeitas de Phytobacter, isoladas de amostras obtidas da saída do sistema de esgoto hospitalar. MATERIAIS E MÉTODO: Em julho de 2024, foram realizadas três amostragens de efluentes hospitalares pré-cloração de três hospitais de Curitiba-PR, utilizando swabs de Moore. Os swabs foram processados conforme metodologia validada nesse estudo, propondo um processamento favorável ao crescimento de cepas do grupo KESC, visto que apresentam características de crescimento semelhantes ao gênero Phytobacter. As amostras foram incubadas em caldo BHI e submetidos a diluições seriadas, sendo as diluições 10-6 a 10-8 inoculadas em caldo bile verde brilhante e semeadas em ágar cromogênico. As colônias com morfologia de interesse foram reisoladas e identificadas por espectrometria de massa (MALDI-TOF-MS, software MYLA® e SARAMIS®) e identificação manual (API20E®). As cepas com identificação suspeita ou inconclusiva na espectrometria de massa e que apresentaram perfil bioquímico compatível no API20E, foram submetidas à análise da presença do gene nifL por qPCR. Os isolados positivos foram submetidos ao sequenciamento do genoma completo e tipagem molecular pelo IR Biotyper®. RESULTADOS: Das quinze colônias isoladas através do processamento descrito, apenas uma apresentou identificação inconclusiva na análise por espectrometria de massa, sendo posteriormente identificada como E. cloacae pelo teste manual API20E. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A ausência de isolados do gênero Phytobacter comprometeu a condução das análises subsequentes previstas no estudo, isso se deve principalmente pela quantidade limitada de amostras, decorrente de dificuldades logísticas na coleta e processamento. Todavia, foram realizados avanços significativos no desenvolvimento e validação de uma metodologia para o processamento microbiológico de amostras de efluentes hospitalares. A coleta com o uso do swab de Moore oportunizou a obtenção de amostras representativas, obtidas com uma estrutura facilmente confeccionada e de baixo custo. Além disso, o processamento microbiológico favoreceu o crescimento de Enterobactérias do grupo KESC, representando doze das quinze cepas isoladas (80%), inferindo-se que, se presentes, cepas do gênero Phytobacter obteriam vantagens similares. Por fim, a colaboração com a SANEPAR-PR, LACEN-PR e três hospitais de Curitiba-PR, demonstrou a relevância da cooperação interinstitucional, revelando a viabilidade de futuras colaborações para novos projetos de pesquisa.

PALAVRAS-CHAVE: Enterobacteriaceae; Farmacorresistência Bacteriana; Vigilância em saúde pública.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa Fundação Araucária Inclusão Social no programa PIBIC.