EVIDÊNCIAS DOS EFEITOS DA CULTURA WOKE SOBRE AS PRÁTICAS ORGANIZACIONAIS

INTRODUÇÃO: Nos últimos anos as empresas vêm adotando ações afirmativas e programas para atrair e reter funcionários de grupos sub-representados, com o propósito de promover a diversidade e tornar o ambiente corporativo mais acolhedor. Hoje, empresas seguem um movimento que leva o nome “woke”. Uma empresa woke é uma empresa que está comprometida com causas socialmente progressistas (Wright, 2022). OBJETIVOS: O objetivo deste estudo foi apresentar evidências da influência da cultura woke nas práticas das empresas, respaldadas por conceitos identificados na literatura especializada. MATERIAIS E MÉTODO: Foi realizado um levantamento bibliográfico para identificar literatura especializada para conceituar a cultura woke, utilizando o Google Acadêmico para investigar artigos científicos. Como principal base teórica, foi escolhido o artigo “Why Do Companies go Woke?” da revista Academy of Management para identificar as características que representam a cultura woke. Na sequência, a pesquisa foi direcionada em notícias que conectassem o projeto a situações em que o movimento Woke influenciou nas ações de empresas nacionais e internacionais. RESULTADOS: Após a análise, foi possível perceber que não existe um parâmetro sólido para identificar o que torna uma empresa favorável ou não ao movimento “woke”, principalmente pelas diversas possibilidades de interpretação e julgamentos de pessoas que possuem histórias construídas em diferentes contextos. Além disso, o espaço aberto das redes sociais, ao mesmo tempo que permite posicionamentos legítimos na busca da diversidade, equidade e inclusão, também possibilita espaço para ativismos extremos que podem até mesmo prejudicar ou ofuscar a seriedade do movimento. Embora o tema ainda seja relativamente novo, a literatura identificada neste estudo sugere atenção em relação aos seguintes elementos que fazem parte da cultura woke: DEI (diversidade, equidade, inclusão), racismo, etarismo, justiça social, apropriação cultural, gênero, LGBTQQICAAPF2K+, sexismo, entre outros. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Diante da complexidade do tema, aquelas empresas que realmente desejam alinhar suas práticas organizacionais com foco na diversidade, equidade e inclusão, precisam revisitar suas estratégias especialmente em relação aos seguintes aspectos: políticas de diversidade e inclusão, marketing institucional, responsabilidade social, treinamento com foco na sensibilização e cultura organizacional. Assim, é crucial que essas práticas sejam autênticas e não apenas uma resposta superficial às tendências, para evitar acusações de “wokewashing”.

PALAVRAS-CHAVE: Cultura woke; práticas organizacionais; diversidade; equidade; inclusão.