GUERRA ÀS DROGAS E NECROPOLÍTICA DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA

INTRODUÇÃO: A população em situação de rua sofre cotidianamente com os desdobramentos de uma política de submissão da vida ao poder da morte por parte do poder estatal que, detentor desta soberania, é capaz de definir quais populações devem viver e quais devem ser expostas à morte. OBJETIVOS: Analisar o modo como a política de guerra às drogas opera como marcador necropolítico da população em situação de rua MATERIAIS E MÉTODO: Pesquisa de campo; natureza exploratória e qualitativa; metodologia pesquisa-ação. Os dados foram coletados tanto por meio das oitivas realizadas no ambiente físico como por meio de um canal aberto de denúncias disponibilizados no site do Observatório RESULTADOS: Os dados divulgados pelo ODH-POPRUA/PR destacam os Tipos de Violência mais registrados: Institucional (36%), Física (26%) e Morte (25%); Principais autores: Pessoa física (21%), autoria não identificada (19%) e Assistência Social (18%); Principais violações de direitos: Morte (17), agressão (13), negação de atendimento (11); Gênero das vítimas: Masculino (70%), Feminino (16%) e Mulher trans (1%); Cor da vítima: Parda (23%), Branca (11%) e Negra (7%), desconsiderando casos não informados, 56%, 27% e 17%, respectivamente. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A noção de Soberania e Biopoder servem de base para analisar, de forma complementar, como a guerra às drogas, apoiada no racismo de estado, o punitivismo e a criminalização das substâncias, atua como uma das formas contemporâneas de submissão da vida ao poder da morte (Necropolítica) com a qual, por meio desta ferramenta deliberada, a mortalidade, não de indivíduos, mas de populações, exerce o controle via práticas de erradicação e extermínio dos socialmente mais vulneráveis.

PALAVRAS-CHAVE: Drogas; Necropolítica; População em Situação de Rua