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AVALIAÇÃO DO NIMODIPINO COMO TRATAMENTO ALTERNATIVO PARA DOENÇA DE MÉNIERÈ E HIDROPSIA ENDOLINFÁTICA

MARINHO, Gabriel Della Torres ¹; SANTOS, Marco Cesar Jorge Dos ²
Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: A Doença de Ménière (DM), primeiramente descrita por Prosper Ménière em 1861, é uma condição do ouvido interno associada à Hidropsia Endolinfática (HE). A DM é caracterizada por episódios de vertigem, perda auditiva neurossensorial flutuante unilateral, plenitude auricular e zumbido. A epidemiologia da DM ainda é pouco compreendida, afetando aproximadamente 33 a 190 pessoas por 100.000, com incidência maior entre adultos de 30 a 70 anos. A evolução da doença é variável, com sintomas podendendo progredir ao longo dos anos. Os tratamentos atuais para DM e HE incluem a Betaistina e o Nimodipino. A Betaistina, um histaminérgico, é amplamente utilizada apesar de não ser aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) e ter vários efeitos colaterais. O Nimodipino, um bloqueador dos canais de cálcio, mostra-se promissor devido à sua ação vasodilatadora e neuroprotetora, mas ainda não foi amplamente estudado como monoterapia para essas condições. OBJETIVOS: Avaliar a eficácia e tempo de tratamento do Nimodipino como monoterapia no tratamento da Doença de Ménierè e Hidropsia Endolinfática, levando em consideração a dose, tempo e aplicabilidade do seu uso. MATERIAIS E MÉTODO: O estudo observacional retrospectivo analisou prontuários de pacientes diagnosticados com DM e HE, acompanhados no Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia (IPO) entre 2003 e 2019. Os critérios de inclusão consideraram pacientes tratados exclusivamente com Nimodipino. Foram excluídos pacientes que utilizaram medicamentos combinados ou perderam o seguimento. A coleta de dados iniciou-se após a aprovação do Comitê de Ética, e incluiu informações sobre sexo, idade, período de acompanhamento, dosagem e duração do tratamento com Nimodipino, além da resposta clínica em 90 dias. RESULTADOS: O resultado parcial obteve uma amostra com 80 pacientes, porém, no resultado final, apenas 30 atenderam aos critérios de inclusão do estudo. A média de idade dos pacientes foi de 56,6 anos, com uma distribuição igual entre homens e mulheres, divergindo da literatura que sugere uma leve predominância feminina. A principal dificuldade na coleta de dados foi o uso isolado do Nimodipino, o que levou a necessidade de estender a captação e análises de prontuários dos pacientes, porém, não ocorreu aumento do tempo de coleta assim como o número de pacientes na amostra. A análise preliminar dos dados sugere que o Nimodipino pode ser eficaz no manejo dos sintomas da DM e HE, porém, a amostra reduzida e a necessidade de maior tempo de coleta indicam que são necessários estudos adicionais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A confirmação da eficácia do Nimodipino como monoterapia poderia estabelecer um novo padrão terapêutico, melhorando significativamente a qualidade de vida dos pacientes afetados por essas condições debilitantes. Este estudo, portanto, visa preencher uma lacuna importante na abordagem terapêutica da DM e HE, contribuindo para a definição de tratamentos mais eficazes e seguros.

PALAVRAS-CHAVE: Doença de Ménière; Nimodipino; Perda auditiva neurossensorial; Zumbido

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida na modalidade voluntária no programa PIBIC.