ANÁLISE DAS VARIÁVEIS TÉCNICAS E SUAS REPERCUSSÕES NA TORACOCENTESE DE ALÍVIO EM AMBIENTE DE EMERGÊNCIA

INTRODUÇÃO: O trauma torácico, comum em acidentes e agressões, é um desafio crítico em emergências devido a complicações graves como pneumotórax hipertensivo e hemotórax. A toracocentese de alívio é uma técnica essencial para tratar essas condições, drenando o ar acumulado no espaço pleural e melhorando a função respiratória. No entanto, sua eficácia pode variar com a formação e experiência dos profissionais médicos. A recente atualização das diretrizes na 10ª edição do Advanced Trauma Life Support (ATLS) sobre a toracocentese reflete avanços nas práticas clínicas, tornando crucial entender como essas novas diretrizes impactam a prática médica atual. OBJETIVOS: Avaliar o conhecimento dos médicos de Curitiba/PR sobre a execução correta da toracocentese de alívio, identificando lacunas e propondo melhorias baseadas em evidências para aprimorar a segurança e a eficácia do procedimento. MATERIAIS E MÉTODO: O estudo foi uma pesquisa observacional transversal com 34 médicos de Curitiba/PR, utilizando um questionário online para coletar dados sobre formação, experiência e técnicas de toracocentese de alívio. Foi realizada uma revisão bibliográfica para atualizar as práticas recomendadas e novas diretrizes. Os dados foram analisados estatisticamente para identificar padrões e variações nas práticas, além de verificar a conformidade com as diretrizes atuais. A análise abordou aspectos técnicos, uso de materiais e aplicação dos procedimentos em emergências, visando avaliar a eficácia e alinhamento das práticas com as orientações mais recentes. RESULTADOS: A análise dos dados de 34 médicos revela que todos têm experiência em pronto-atendimento, com a maioria (50%) possuindo entre 2 e 5 anos de experiência. Além disso, 58,8% completaram residência médica, destacando-se nas especialidades de Cirurgia Geral e Medicina de Emergência. A toracocentese de alívio é uma prática comum entre os profissionais, com 64,7% tendo realizado o procedimento. É amplamente utilizada para tratar pneumotórax hipertensivo, mas menos para hemotórax maciço e outras condições. A maioria dos médicos prefere usar agulhas de calibres 14 ou 16 e realiza o procedimento no 5º espaço intercostal (79,4%). A drenagem torácica é preferida em vez da toracocentese como tratamento definitivo. Em geral, a prática de toracocentese mostra uma abordagem padronizada, mas há espaço para melhorias da técnica. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Apesar do bom nível de experiência e conhecimento técnico dos médicos de Curitiba/PR, o estudo destacou variações na prática da toracocentese de alívio e algumas lacunas na execução do procedimento. A padronização das técnicas e a educação contínua são fundamentais para melhorar a eficácia e a segurança da toracocentese de alívio. A implementação de protocolos baseados em evidências e a promoção de treinamentos específicos podem ajudar a reduzir complicações e otimizar os desfechos clínicos. Estudos futuros devem incluir amostras maiores e avaliações objetivas para proporcionar uma compreensão mais abrangente e precisa das práticas e da eficácia do procedimento em diferentes contextos clínicos.

PALAVRAS-CHAVE: Toracocentese de alívio; Trauma torácico; Pneumotórax; ATLS; Técnica