AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE GLICEMIA SANGUÍNEA, TRIGLICERÍDEOS E PRESSÃO ARTERIAL EM ESCOLARES PARTICIPANTES DE UM PROJETO ATIVIDADE FÍSICA (ESPORTE) PARA EMAGRECIMENTO DA CIDADE DE CURITIBA

INTRODUÇÃO: A infância é uma fase desafiadora no desenvolvimento humano, onde comportamentos como a falta de atividade física e uma alimentação desequilibrada podem estar associados a problemas de saúde, como a crescente obesidade infantil. Estudos recentes destacam que doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade global, com níveis elevados de triglicerídeos e glicemia sendo fatores de risco desde a infância. OBJETIVOS: Este estudo tem como objetivo avaliar importantes indicadores de saúde, como glicemia, triglicerídeos e pressão arterial em crianças que participam de um projeto de atividade física na cidade de Curitiba. Além disso, o estudo busca identificar possíveis diferenças entre os sexos nesses indicadores, proporcionando informações valiosas para estratégias de saúde pública e tratamentos personalizados. MATERIAIS E MÉTODO: A amostra do estudo consistiu em 81 crianças com idades entre 4 e 12 anos, participantes do projeto PRODASC/PUCPR. A inclusão das crianças no estudo foi realizada após a obtenção do consentimento informado dos pais ou responsáveis. A pressão arterial foi aferida manualmente, seguindo diretrizes específicas para garantir precisão. Os níveis de glicemia e triglicerídeos foram analisados em amostras de sangue obtidas por punção digital capilar, utilizando o aparelho Accutrend® Plus (ROCHE). Foram conduzidos testes estatísticos para analisar diferenças entre sexos em glicemia, triglicerídeos e pressão arterial. RESULTADOS: 77 amostras de glicemia em jejum de 2 horas mostraram uma média de 97,97 mg/dL, mediana de 98,50 mg/dL, mínimo de 63,00 e máximo de 149,00 mg/dL. Nenhuma criança teve glicemia ≥140 mg/dL. Para triglicerídeos, com 70 amostras, a média foi 147,94 mg/dL, mediana de 98,50 mg/dL, e 74,28% das crianças excederam os níveis recomendados pela Sociedade Brasileira de Pediatria. A pressão arterial sistólica (81 amostras) teve média de 112,45 mmHg, mediana de 110 mmHg, e a diastólica (81 amostras) teve média de 72,97 mmHg, mediana de 70 mmHg. A glicemia média masculina foi significativamente maior que a feminina (p = 0,040). Os triglicerídeos também mostraram diferença significativa (p = 0,024), com o sexo feminino apresentando níveis mais altos. Não houve diferença significativa entre gêneros na pressão arterial sistólica (p = 0,619) e diastólica (p = 0,783). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados mostram diferenças significativas entre os sexos nos níveis de glicemia e triglicerídeos, com o masculino apresentando glicemia mais alta e o feminino, triglicerídeos mais elevados. Não houve diferenças nas pressões arteriais. Essas variações ressaltam a necessidade de estratégias de saúde pública e tratamentos personalizados por gênero para doenças metabólicas e cardiovasculares.

PALAVRAS-CHAVE: Obesidade Infantil; Atividade Física; Triglicerídeos; Glicemia; Pressão Arterial