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CONCEPÇÕES SOBRE ENSINO DE BIOÉTICA ENTRE ESTUDANTES DE MEDICINA NO BRASIL

CASTRO, Bruna De Lazary ¹; CUNHA, Thiago Rocha Da ²
Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Ciências Biológicas – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: Na medicina, a bioética auxilia como importante ferramenta para abordar, prevenir e solucionar conflitos que surgem na relação entre médicos, pacientes, família e sociedade, tal como dispões a Declaração Universal de Bioética e Direitos Humanos (DUBDH). O desafio do ensino médico, na atualidade, é integrar ciências biológicas, humanas e sociais, aliadas ao avanço tecnológico, em contextos sociais e ambientais com cada vez mais desigualdades e injustiças. Não por acaso, a reforma curricular proposta pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) de 2014 visa formar médicos socialmente responsáveis e humanistas, comprometidos com os Direitos Humanos. OBJETIVOS: Analisar as concepções sobre o ensino de bioética entre estudantes de medicina no Brasil MATERIAIS E MÉTODO: A pesquisa é parte de um estudo maior do Grupo de Pesquisa Bioética, Saúde Pública Global e Direitos Humanos (CNPQ/PUCPR), envolvendo 403 estudantes de medicina de todas as regiões do Brasil. Utilizou-se a triangulação de métodos descritivos quantitativos e qualitativos. Inicialmente, foi realizado um estudo documental das DCNs, relacionando-as aos princípios da DUBDH. Em seguida, realizou-se uma pesquisa empírica com estudantes por meio de questionários online, analisando dados relativos ao ensino de bioética. A amostra não probabilística foi obtida por bola de neve, com convites enviados via e-mail e WhatsApp. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da PUCPR. RESULTADOS: : A análise das DCNs de 2001 e 2014 revelou uma forte relação com os artigos da DUBDH. Dos 430 alunos inicialmente incluídos, a amostra final consistiu de 403 estudantes. A maioria (74,88%) se identificou como branca, e a maior parte dos estudantes era da região Sul (72,14%). Predominavam estudantes de instituições privadas (58,96%). Apenas 29,9% dos professores abordam a bioética regularmente, sendo considerada fundamental por 60,20% dos estudantes. A autoavaliação do conhecimento em bioética foi predominantemente regular ou ruim (55,23%). Apesar da consideração da bioética como fundamental, a maioria dos estudantes avalia seu conhecimento como inadequado, indicando lacunas no ensino. Metodologias ativas, como aprendizado baseado em problemas (PBL) e simulações, são menos frequentes, apesar de sua eficácia comprovada. A análise das DCNs e DUBDH sugere que os princípios éticos fundamentais estão contemplados, mas sua implementação prática enfrenta desafios. A abordagem interdisciplinar é crucial, mas pouco explorada. Temas como diversidade cultural e dignidade humana são abordados de forma insuficiente. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A pesquisa evidencia a necessidade de reformular os currículos de medicina para integrar a bioética de forma mais prática e interdisciplinar. É importante adotar metodologias ativas no ensino de bioética para formar médicos eticamente preparados e socialmente responsáveis. O ensino deve se alinhar aos princípios da DUBDH, garantindo uma formação integral e ética dos futuros médicos.

PALAVRAS-CHAVE: Bioética; Medicina; Educação Médica; Ensino; Interdisciplinaridade

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa PUCPR no programa PIBIC.