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ANÁLISE DAS RELAÇÕES DE CONSUMO E PRODUÇÃO DA MODA CARIOCA NO JORNAL “DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO” ENTRE 1822 E 1840

OLIVEIRA, Renata Dos Santos ¹; CORCAO, Mariana ²
Curso do(a) Estudante: Licenciatura Em História – Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Licenciatura Em História – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: A proposta da presente pesquisa foi realizada por meio da análise de fragmentos de jornais da época com o objetivo de aprofundar o entendimento das relações de consumo e produção da moda no Brasil, principalmente de tendências de origem europeia. Para tanto foi necessário, compreender o contexto histórico das fontes analisadas com foco nas teias sociais desenvolvidas com a presença da corte no Rio de Janeiro. Contexto em que, apesar de se poder afirmar a participação mulheres escravizadas na história da moda e da indumentária brasileira, pouco se é possível extrair dos periódicos informações nos indiquem qual foram suas contribuições. Reconhece-se aqui o quanto o comércio, e as relações de consumo e produção de moda possuíam suas raízes em realidade plurais perpassadas por tensões sociais e de classe, que contribuíram e reafirmavam cada vez mais a moda, o ato de vestir e seu consumo, uma maneira de distinguir diferentes classes. OBJETIVOS: O principal objetivo da pesquisa seria demonstrar as nuances da relação entre as mulheres escravizadas no processo de produção de vestimenta no Rio de Janeiro no contexto da primeira metade do século XIX, levando em consideração seu papel ofuscado por alfaiates e modistas associados à cultura europeia, e a valorização dessa mão de obra especializada na produção de acessórios e vestimentas de luxo, que foi valorizado com a cultura da corte consequente da presença da família real no Brasil desde 1808. MATERIAIS E MÉTODO: Para a presente pesquisa, foram selecionados alguns fragmentos de jornais que circularam no Rio de Janeiro entre 1820 e 1859, esses são: “O Espelho: Revista Semanal de Litteratura, Modas, Industria e Artes”, “O Espelho Diamantino: Periodico de Politica, Litteratura, Bellas Artes, Theatro e Modas dedicado as Senhoras Brasileiras” e o jornal “Diário do Rio de Janeiro”. E para compreender a relação da história com os periódicos e seus modos de análise, utilizaremos o livro “Fontes Históricas” de Carla Pinsky. RESULTADOS: Ao longo da análise foi possível observar a relação direta da moda com a cultura burguesa, os jornais eram em sua maioria, direcionados às mulheres brasileiras, com efeito, o fato de existirem periódicos direcionados ao público feminino pode parecer algo animador avançado para a época, porém, o número de mulheres que possuíam letramento para consumir esse tipo de leitura não era alto e perpassava por um recorte social. Através da análise foi possível perceber dois pontos importantes: a moda era europeia, nascida aristocrata, logo, passava por uma tentativa de assimilação e réplica por meio de classes sociais ditas inferiores. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Observou-se a ausência das mulheres escravizadas nas fontes analisadas o que desafiou a pesquisa sobre a participação desse grupo nos processos relativos à produção das peças de acessórios e roupas. Apesar disso, sabemos que estiveram lá uma vez que suas memórias sobrevivem resguardadas a sessão de anúncios de compra, venda e aluguel. Conclui-se que as relações de consumo e produção de moda possuíam suas raízes em realidade plurais perpassadas por tensões sociais e de classe, revestindo o ato de vestir e seu consumo, com uma maneira de distinguir diferentes classes.

PALAVRAS-CHAVE: moda; século XIX; consumo; Brasil Império

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida na modalidade voluntária no programa PIBIC.