ANÁLISE DA MANUTENÇÃO DA ESTABILIDADE CROMOSSÔMICA DA MEDULA ÓSSEA PRÉ E PÓS ISOLAMENTO E CULTIVO DAS CÉLULAS TRONCO MESENQUIMAIS COMO CONTROLE DE QUALIDADE DE UM PRODUTO DE TERAPIA AVAÇADA
INTRODUÇÃO: Células-tronco mesenquimais (CTMs) são células adultas multipotentes com uma conformação fibroblastóide. Devido às suas propriedades imunomoduladoras, baixa imunogenicidade e alta taxa de proliferação, essas células estão sendo amplamente exploradas como produtos de terapia avançada (PTAs). As células-tronco têm origem em diversas fontes, principalmente na medula óssea, devido aos seus resultados promissores em tratamentos. No entanto, durante o cultivo celular, algumas instabilidades genômicas podem surgir, destacando a importância dos testes citogenéticos como método de controle de qualidade para PTAs. OBJETIVOS: Avaliar a estabilidade genômica das células tronco mesenquimais derivadas de medula óssea por meio de testes citogenéticos convencional de bandeamento G e de micronúcleo. MATERIAIS E MÉTODO: O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (n° 6.599.501). Para avaliar a estabilidade das CTMs derivadas da medula óssea, cinco amostras em diferentes passagens foram cultivadas para o teste convencional de bandeamento G e o ensaio de micronúcleo com bloqueio de citocinese. O bandeamento G permite a visualização de alterações numéricas e estruturais nos cromossomos por meio da análise do cariograma. O ensaio de micronúcleo identifica numericamente as alterações calculando o índice de divisão nuclear (IDN). Essas alterações são causadas pela divisão nuclear, e podem ser pontes nucleoplasmáticas, brotos, micronúcleos, ou uma junção deles. RESULTADOS: O teste convencional e o ensaio de micronúcleo demonstraram estabilidade cromossômica em quatro amostras, com cariótipos normais (46,XY) e IDNs maiores que 1, indicando divisão nuclear. A quinta amostra mostrou sinais de instabilidade durante ambas as análises. Enquanto o bandeamento G resultou em um cariograma que mostrou uma perda recorrente do cromossomo 19 (45,XX,-19[7]/46,XX[13]), o ensaio de micronúcleo teve um IDN normal, mas com um número maior de pontes nucleoplasmáticas do que os resultados das outras amostras. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Este estudo ressalta a importância da avaliação das instabilidades genéticas, por meio de testes citogenéticos e ensaio de micronúcleo, como controle de qualidade do PTA. Controles rigorosos minimizam os riscos relacionados à segurança do PTA baseado em CTM, que pode ser utilizado como uma estratégia terapêutica promissora na medicina regenerativa.
PALAVRAS-CHAVE: 1. Bandeamento G; 2. Análise de micronúcleo; 3. Células-tronco; 4. Citogenética; 5 Medula óssea.