A REPRESENTAÇÃO NORDESTINA NO AUDIOVISUAL BRASILEIRO

INTRODUÇÃO: É conhecida a relação muito próxima entre comunicação e cultura, amplamente estudada e difundida pelos Estudos Culturais e estudos envolvendo mídia e sociedade, para citar os mais comuns. Durval Muniz de Albuquerque Jr. nos diz que o Nordeste é uma cristalização de estereótipos sendo repetidos constantemente, o que pode ser perpetuado nas telenovelas. OBJETIVOS: O presente trabalho tem como objetivo investigar os signos e representações nordestinos dentro das novelas Velho Chico (2016) e Mar do Sertão (2022) e seu impacto na construção do ser nordestino no imaginário brasileiro. MATERIAIS E MÉTODO: Utilizando a análise semiótica, este trabalho se propõe examinar as novelas citadas anteriormente para a investigação dos signos que são presentes e recorrentes nas mesmas, a fim de compreender como esses elementos contribuem para a construção do nordeste no imaginário brasileiro. Através da teoria peirciana, foram observados elementos simbólicos que reforçam a ideia de um Nordeste castigado pela seca e economicamente atrasado. RESULTADOS: repetição desses signos na mídia brasileira cria uma percepção simplista e negativa do Nordeste, ignorando sua diversidade cultural e histórica. A teoria da alteridade de Landowski mostra que a identidade do sujeito se constrói em relação à diferença com os outros, e as telenovelas usam essa dinâmica para reforçar estereótipos. Bauman, em Comunidades (2003), discute como a busca por reconhecimento cultural pode levar à fragmentação social, algo evidente nas representações do Nordeste nessas telenovelas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que esses signos e representações podem influenciar a percepção do receptor da mensagem, perpetuando estereótipos e obscurecendo a diversidade cultural e social da região, reforçando preconceitos e uma compreensão simplificada da identidade nordestina.

PALAVRAS-CHAVE: Nordeste; Semiótica; Novela; Representação.