RELAÇÃO ENTRE RELIGIOSIDADE E MUSICALIDADE AFROBRASILEIRA NO SÉCULO XX: HILÁRIA BATISTA DE ALMEIDA, A TIA CIATA

INTRODUÇÃO: A pesquisa busca analisar a relação entre a musicalidade e religiosidade afro-brasileira do Rio de Janeiro entre 1854 e 1927, por meio da memória e representação de Hilária Batista de Almeida (Tia Ciata). Trabalha-se na perspectiva da História Cultural, tendo como principal fonte histórica a obra de Roberto Moura: “Tia Ciata e a Pequena África do Rio de Janeiro”. Para a realização da análise mobilizou-se leituras sobre o conceito de memória e tradição de Vansina e obras historiográficas de contextualização da fonte. OBJETIVOS: O principal objetivo deste projeto é estudar e analisar como as manifestações das religiões afro-brasileiras no início do século XX dentro do município do Rio de Janeiro, por meio da personalidade de Hilária Batista de Almeida, a Tia Ciata. Pretendeu-se considerar o contexto político, econômico e social da época em que ela viveu, como meio para entender os desdobramentos posteriores da sua influência dentro da relação entre religiosidade e da musicalidade brasileira. MATERIAIS E MÉTODO: Para a delimitação de outras fontes bibliográficas foram consultados os acervos das Universidades Federais da Bahia e do Rio de Janeiro, onde foram retiradas dissertações do Programa de Mestrado. Foram consultadas as revistas acadêmicas: Enfoques – Revista de discentes do PPGSA do IFC da UFRJ na edição número 01 de 2017, Revista Afro-Ásia edição número 29-30 de 2004. Fora do âmbito da produção universitária foram consultados os Anais do III Encontro Nacional do Grupo de Trabalho de História das Religiões e das Religiosidades da ANPUH (Associação Nacional de História), publicados pela Revista Brasileira de História das Religiões. O livro Panorama da Música Popular, de Ary Vasconcelos em sua versão online, e a plataforma digital do portal da Casa a Tia Ciata e da Organização dos Remanescentes da Tia Ciata (ORTC). Para a realização da análise fez-se uso da obra de Vansina, “Tradição Oral e a sua Metodologia” e de Marina Gusmão: “África: Passado, Presente e Perspectivas” RESULTADOS: A análise da fonte possibilitou visualizar a dimensão que a religião tomava dentro dessa comunidade com as reportagens intituladas as religiões no Rio, feitas por João Paulo Alberto Coelho Barreto, o João do Rio que as publicou entre os meses de fevereiro e março de 1904. (GAMA, 2011). O jornalista tinha o objetivo de prestar um serviço à sociedade, desvendar uma suposta cidade perdida dentro da própria capital: a comunidade negra que se formava ao entorno da Praça Onze de Junho. Entre os textos produzidos por João um capítulo temos um capítulo em especial: No Mundo dos feitiços, traz cinco reportagens sobre as religiões africanas no início do século XX, detalhando como a religião influenciava o modo de vestir, de se portar, de comer e de se comportar. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A análise da relação entre a religiosidade afro-brasileira e a música, através da personalidade de Hilária Batista, a Tia Ciata, podemos concluir que as duas
perspectivas dialogam entre si. De tal forma que a presente pesquisa evidencia como a cultura afro-brasileira a fé, a musicalidade, o sentimento de coletividade e memória ancestral é transmitida pelos ensinamentos tradicionais orais.

PALAVRAS-CHAVE: Hilária Batista; Cultura Afro Brasileira; Tias Baianas; Rio de Janeiro; Religiosidade