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PERFIL DAS PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS EM CUIDADO CONTÍNUO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE EM CURITIBA NOS ANOS DE 2014 A 2021

SILVEIRA, Vinicios Franck Da ¹; SANTOS, Juliane Cardoso Villela ³; ORSI, Juliana Schaia Rocha ²
Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Odontologia – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: Em Curitiba, 18.165 indivíduos vivem com o HIV. A análise do perfil dessas pessoas é essencial para o desenvolvimento de estratégias eficazes de prevenção, diagnóstico e tratamento. Compreender as características demográficas e socioeconômicas dos pacientes permite identificar grupos vulneráveis e adaptar as intervenções de saúde. No Brasil, onde fatores culturais influenciam a disseminação do HIV, essa análise torna-se ainda mais relevante. OBJETIVOS: Analisar o perfil das pessoas vivendo com HIV/aids em cuidado contínuo nos serviços de saúde em Curitiba nos anos de 2014 a 2022. MATERIAIS E MÉTODO: Este estudo retrospectivo analisou dados secundários do sistema de controle de exames laboratoriais da rede nacional de contagem de linfócitos CD4+/CD8+ e carga viral do HIV (Siscel), abrangendo o período de 2014 a 2022. Foram analisados registros do Siscel solicitados em serviços públicos de Curitiba. A amostra incluiu pacientes com registros de exames entre 2014 e 2022, sendo coletadas variáveis como origem da solicitação, gênero, data de nascimento, escolaridade, raça/cor e ano do exame. Apenas o primeiro exame realizado pelo paciente foi considerado. Após a limpeza dos dados e remoção de duplicatas, as variáveis foram categorizadas para análise descritiva e análise do perfil por ano do primeiro exame, utilizando o software SPSS (v. 25.0). A análise incluiu frequência absoluta e relativa, e gráficos de linha com tendência linear para representar as mudanças ao longo do tempo. RESULTADOS: Os resultados revelam uma prevalência expressiva de pacientes masculinos (68,1%), brancos (51,5%), com idade entre 20 e 49 anos (73%) e com escolaridade de 8 a 11 anos (22,6%) e 12 anos ou mais (16,3%) de estudo. Vale ressaltar que 42,4% e 32,7% dos registros de escolaridade e raça, respectivamente eram não informados e ignorados. Ao longo dos anos, a quantidade de novos exames manteve-se estável, com uma média anual de 1.325 novos pacientes, exceto em 2014. Foi observado um aumento de 10% na proporção de pacientes masculinos e 12,2% na de pardos ao longo dos anos. Houve um aumento de 15,1% no número de diagnósticos em pacientes com 12 ou mais anos de estudo, assim como uma mudança na distribuição da origem de solicitação dos exames, refletindo a descentralização do cuidado com o HIV, com maior protagonismo da atenção primária. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A maioria dos pacientes vivendo com HIV em Curitiba é do gênero masculino, com idades entre 20 e 49 anos, de maior escolaridade e raça branca, com exames predominantemente solicitados pela APS. Observou-se um aumento nos primeiros exames entre homens, adultos jovens e pardos, e um declínio entre adultos, brancos e com menor escolaridade. A descentralização dos serviços de saúde para a APS foi evidenciada pela mudança na origem das solicitações ao longo do tempo. Os achados contribuem para a melhor compreensão da epidemiologia da infecção na cidade, auxiliando na personalização dos cuidados com a epidemia. No entanto, as limitações na qualidade dos registros destacam a necessidade de uma coleta de dados mais detalhada para melhorar as estratégias de prevenção e tratamento do HIV.

PALAVRAS-CHAVE: HIV/aids; Perfil; Curitiba; Epidemiologia do HIV; População vulnerável

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa Fundação Araucária no programa PIBIC.