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PADRÕES DE FREQUÊNCIA DE COLETA DE EXAMES E VARIAÇÕES NA CARGA VIRAL DE PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS CUIDADO CONTÍNUO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE DE CURITIBA DE 2014 A 2021

ECKHARDT, Thais Maria Dos Santos ¹; SANTOS, Juliane Cardoso Villela ³; ORSI, Juliana Schaia Rocha ²
Curso do(a) Estudante: Odontologia – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Odontologia – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: A epidemia de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), com mais de 1 milhão de casos registrados no Brasil entre 1980 e 2022, continua sendo um desafio para a saúde pública. Manter a carga viral indetectável com monitoramento constante e exames regulares é crucial para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA). A descentralização do atendimento para a Atenção Primária à Saúde visa facilitar o acesso ao tratamento e garantir um acompanhamento individualizado. OBJETIVOS: Analisar a frequência de exames e variações da carga viral das PVHA em cuidado contínuo nos serviços de saúde em Curitiba de 2015 a 2022. MATERIAIS E MÉTODO: Este estudo retrospectivo analisou dados de 2015 a 2022 do sistema Sistema de Controle de Exames Laboratoriais (SISCEL), que monitora a contagem de linfócitos CD4+/CD8+ e a carga viral do HIV. A população consistiu em PVHA em Curitiba acompanhadas pelo sistema público de saúde. Foram incluídos adultos de 18 a 59 anos. As variáveis analisadas incluíram gênero, faixa etária, raça/cor, escolaridade, origem da solicitação do exame, data do exame e resultado da carga viral. Análises estatísticas descritivas foram realizadas para caracterização da amostra. Para as análises de associação, as variáveis dependentes foram a manutenção da carga viral indetectável e a frequência de exames, utilizando o teste qui-quadrado e o método de Bonferroni (p<0,05). As análises foram conduzidas no software SPSS (25.0). RESULTADOS: A amostra foi composta por 9.040 PVHA. Observou-se um aumento na frequência de exames dentro do intervalo esperado (6 meses). No entanto, a maioria dos pacientes realizou exames entre 7 e 12 meses (28,7%) e 69,9% fizeram menos exames do que o esperado, com 28,2% não realizando outro exame ao longo do período avaliado. A maioria dos pacientes monitorados eram adultos jovens (63,3%), brancos (54,2%) e com 8 a 11 anos de estudo (27,5%). Quanto à carga viral indetectável, 44,6% dos pacientes a mantiveram ao longo do tempo, 21,2% não conseguiram e 3,4% a mantiveram nos últimos três exames, mas com variações. Os fatores associados à manutenção da carga viral indetectável e à frequência de exames foram gênero (p < 0,001), faixa etária (p = 0,009), escolaridade (p < 0,001), raça/cor (p = 0,020) e ano do primeiro exame (p < 0,001). A faixa etária de 18 a 24 anos apresentou maior prevalência de carga viral indetectável, mas também maior frequência inadequada de exames. Pacientes com maior escolaridade tiveram maior prevalência de carga viral indetectável e maior frequência de exames adequados. Apenas os pacientes com o primeiro exame registrado em 2021 e 2022 realizaram exames com maior frequência adequada. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Apesar do aumento na frequência de exames dentro do intervalo esperado, a maioria dos pacientes ainda não atingiu a periodicidade ideal. Menos da metade manteve a carga viral indetectável, destacando a necessidade de estratégias mais eficazes para garantir a adesão ao acompanhamento contínuo. Fatores sociodemográficos como gênero, faixa etária, escolaridade e raça/cor mostraram-se significativamente associados à manutenção da carga viral indetectável e à frequência de exames.

PALAVRAS-CHAVE: HIV/AIDS; PVHA; Adesão; Monitoramento; APS

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa CNPq no programa PIBIC.