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IMPACTO DA COVID-19 NA PROGRESSÃO DO DÉFICIT DE MEMÓRIA EM PACIENTES COM DOENÇA DE ALZHEIMER

URSI, Giulia Zaparoli ¹; BIGNARDI, Paulo Roberto ²
Curso do(a) Estudante: Medicina – Câmpus Londrina – Câmpus Londrina
Curso do(a) Orientador(a): Medicina – Câmpus Londrina

INTRODUÇÃO: A demência é caracterizada por um declínio cognitivo que afeta atividades e funções sociais, e é uma das causas principais de mortalidade e morbidade em idosos. Em 2017, o número de pessoas vivendo com demência era de aproximadamente 50 milhões, com previsão de triplicar esse número em 2050. A doença de Alzheimer (DA) é o tipo de demência mais comum. A degeneração progressiva causada pela DA pode ser descrita por estágios: pré-clínico, comprometimento cognitivo leve, e demência – leve, moderada e grave. A DA envolve neuroinflamação, apoptose, disfunção mitocondrial, estresse oxidativo metabólico e danos cerebrais. Os fatores que contribuem para a DA incluem idade, predisposição genética, exposição a metais, trauma craniano, dieta, disfunção mitocondrial, doenças cardiovasculares, disfunção do sistema imunológico, agentes infecciosos, baixa reserva cognitiva e fatores psicológicos como ansiedade, depressão e estresse. O SARS-CoV-2, vírus responsável pela COVID-19, pode causar DA ao interagir com os receptores da enzima angiotensina-2 (ECA2), levando à neurodegeneração. A doença também está ligada à apoliprotease ApoE4, um importante transportador de colesterol no sistema nervoso central. Estudos mostram semelhanças entre a doença de Alzheimer e a COVID-19 nas vias de inflamação. Alguns genes-chave envolvidos na neuroinflamação durante a doença de Alzheimer e a infecção por SARS-CoV-2 são semelhantes, explicando potencialmente o declínio cognitivo em pacientes com DA. Outra associação é o dano ao metabolismo do carbono pelo folato, que interfere na formação e síntese do DNA. Uma infecção viral transitória pode acelerar o acúmulo de beta-amilóide no cérebro, um fator crucial na doença de Alzheimer. Contudo, estas relações são apenas hipóteses preliminares que precisam de ser testadas para confirmar a ligação entre a infecção por SARS-CoV-2 e o desenvolvimento da doença de Alzheimer. Por isso, o objetivo do presente estudo será avaliar o impacto da infecção por SARS-CoV-2 na memória de pacientes com DA. OBJETIVOS: Avaliar a relação da COVID-19 com a progressão do déficit de memória e cognição em pacientes com DA. MATERIAIS E MÉTODO: A metodologia do projeto de pesquisa envolve a coleta de dados clínicos retrospectivos de pacientes a partir de prontuários médicos de uma clínica pública do sul do Brasil. O Mini exame do estado mental (MMSE) foi utilizado para avaliar a cognição e memória dos pacientes na linha de base e após o período de seguimento. RESULTADOS: Cento e sete pacientes (107) com DA foram incluídos neste estudo (30 apresentaram COVID-19 e 77 eram do grupo contorle). A idade média dos participantes foi de 79 anos. Os resultados dessa pesquisa demonstraram um maior declínio no score do MMSE em pacientes com a doença de Alzheimer que foram infectados pelo SARS-CoV-2 (-1,25) quando comparados com aqueles que não foram infectados (-0,13) durante o seguimento (p<0,05). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Pode-se inferir que a doença da COVID-19 está relacionada com a progressão do déficit de memória em pacientes com DA. Entretanto, devido às limitações do estudo, mais estudos sobre o assunto são necessários para confirmar o esta relação.

PALAVRAS-CHAVE: Doença de Alzheimer; COVID-19; SARS-CoV-2; Demência.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida na modalidade voluntária no programa PIBIC.