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FATORES PREDISPONENTES E PROTETORES DE SUICIDABILIDADE EM PACIENTES COM HIV EM USO DE TERAPIA ANTIRRETROVIRAL

BARROS, Laura Galliano De ¹; HEYDE, Marcelo Daudt Von Der ³; MASSUDA, Raffael ²; QUIDIGNO, Eduardo Alcantara ²
Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: A infecção pelo vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) emergiu nos anos 1980. Devido ao contexto sociocultural da época, os pacientes infectados foram duramente estigmatizados e alvos de preconceito. Atualmente, o desenvolvimento da terapia antirretroviral mudou o curso da doença, que passou a ser considerada como doença crônica. Apesar disso, o impacto psicossocial do diagnóstico da infecção, ainda influencia na saúde mental das pessoas que vivem com o vírus. OBJETIVOS: Avaliar a prevalência de transtornos psiquiátricos, com ênfase em risco de suicídio, em pacientes soropositivos. De forma que seja possível avaliar quais os fatores associados ao desenvolvimento desses transtornos na amostra estudada. MATERIAIS E MÉTODO: Estudo transversal que envolveu a realização de entrevistas com pacientes soropositivos acompanhados no ambulatório do Hospital de Infectologia e Retaguarda Clínica Oswaldo Cruz (HIRC), em Curitiba (PR). A coleta de dados foi realizada entre janeiro e abril de 2024. Foram coletados dados epidemiológicos e clínico-laboratoriais do paciente e aplicados os questionários Mini International Neuropsychiatric Interview (M.I.N.I) e Questionário Breve da Qualidade de Vida da OMS (WHOQOF-abreviado). RESULTADOS: O estudo contou com a participação de 69 pacientes, cuja idade média foi de 48 ± 12,4 anos, sendo a maioria do sexo masculino (50,7%). Do total de pacientes, 33 deles (47,8%) apresentou algum transtorno psiquiátrico através do questionário M.I.N.I, sendo os transtornos mais prevalentes o transtorno depressivo, agorafobia, ideação suicida e transtorno de ansiedade generalizada. No grupo de pacientes que apresentou algum acometimento de saúde mental, percebeu-se um tempo menor que 12 anos de diagnóstico da infecção pelo HIV (p=0,026), maior uso de Efavirenz (p=0,047) e Tenofovir (p=0,048). Ainda, nesse mesmo grupo, percebe-se uma pior avaliação da qualidade de vida, especialmente na avaliação geral, e nos domínios psicológico, social e ambiental, quando comparados ao grupo que não apresentou acometimento da saúde mental pelo questionário M.I.N.I. Os outros parâmetros avaliados, como gênero, idade, carga viral, contagem de CD4, histórico de infecções oportunistas e outras comorbidades, não parecem ter papel importante na gênese de transtornos psiquiátricos nesse grupo de pacientes. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Pacientes com HIV tem prevalência significativa de doenças de ordem psíquica, e apresentam particularidades que influenciam em seu desenvolvimento, logo, é fundamental a avaliação integral desses pacientes, e a busca ativa por queixas de saúde mental nesse grupo.

PALAVRAS-CHAVE: SUICÍDIO; HIV; TERAPIA ANTIRRETROVIRAL; FATORES DE PROTEÇÃO; PSIQUIATRIA

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida na modalidade voluntária no programa PIBIC.