POTENCIAL DE BACTÉRIAS DE SOLO NO ENRAIZAMENTO DE ESTACAS E PRODUÇÃO DE BIOMASSA DE GUACO (MIKANIA GLOMERATA)

INTRODUÇÃO: Mikania glomerata, conhecida como Guaco, é uma planta trepadeira perene, nativa do Brasil, amplamente distribuída em regiões de Mata Atlântica. Rica em compostos cumarínicos, triterpenos/esteróides e heterosídeos flavônicos, esta espécie é reconhecida por suas propriedades terapêuticas, incluindo efeitos anti-câncer, anti-inflamatórios, anti-fúngicos e antibacterianos. OBJETIVOS: Devido ao grande interesse na produção em escala de clones com maior concentração de cumarinas, este estudo visa avaliar o efeito de bactérias isoladas de solo amazônico e inoculantes comerciais no enraizamento e produção de biomassa de M. glomerata. MATERIAIS E MÉTODO: Foram instalados dois experimentos de estaquia. No primeiro, foram realizados com amostras de M. laevigata e M. glomerata coletadas em Curitiba e região metropolitana. As estacas foram tratadas com ácido indolbutírico, Bacillus sp. 1224, Rhizobium sp. 363, isolados de solo amazônico e Rizokop® (Koppert), Azokop® (Kopert) e testemunha, sem tratamento. Esse experimento foi monitorado por 118 dias. No segundo experimento, estacas de M. glomerata foram tratadas com ácido indolbutírico, Bacillus sp. 1224, Rhizobium sp. 363, isolados de solo amazônico, Rend+® (Nodusoja) e NoduPhos® (Nodusoja). Esse experimento foi mantido em caixas de poliestireno por 56 dias para maior controle climático e redução do estresse hídrico. RESULTADOS: No primeiro experimento, a perda significativa de amostras, atribuída a altas temperaturas e regime de rega insuficiente, impossibilitou a avaliação dos resultados. No segundo experimento, as análises estatísticas mostraram que nenhum tratamento teve efeito significativo (P>0,05) nas variáveis de enraizamento e produção de biomassa foliar. Os tratamentos com Rhizobium sp. 363, REND+ e Nodubiophos apresentaram maior número de amostras ativas, embora o período experimental não tenha sido suficiente para crescimento significativo de folhas e raízes. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Concluiu-se que, nas condições testadas, nenhum tratamento mostrou efeito significativo no enraizamento e produção de biomassa de M. glomerata. Sugere-se a repetição do experimento com um período mínimo de 120 dias para melhor avaliação dos resultados. A técnica de estaquia com simulação de casa vegetativa mostrou-se promissora para aumentar a taxa de sobrevivência das estacas.

PALAVRAS-CHAVE: Mikania glomerata; estaca; bactérias promotoras de crescimento