AGATHA CHRISTIE: LITERATURA DE AUTORIA FEMININA CONTEMPORÂNEA E REPRESENTAÇÕES DE GÊNERO EM ROMANCES POLICIAIS DO PÓS-GUERRA

INTRODUÇÃO: O presente trabalho tem como objetivo analisar as representações sociais de gênero presentes nas obras de Agatha Christie, Um corpo na biblioteca (1942), onde Miss Marple, ajuda o detetive solucionar a morte de uma jovem que foi encontrada em uma biblioteca na casa respeitada na vila de St. Mary Mead, no interior, sendo relevante para a pesquisa pela invalidação da personagem por seu conhecimento enquanto mulher e por sua postura na sociedade; e Depois do Funeral (1953), acompanhamos o desfecho de um funeral de uma família tradição inglesa com o auxílio de Hercule Poirrot, um detetive já consolidado na Inglaterra, com comportamento social esperado. OBJETIVOS: Essas obras selecionadas foram usadas como fontes primárias para compreender a trajetória da autora em meio ao período do século XX, assim como discutimos as relações das mulheres e dos homens na sociedade a partir da perspectiva da escritora, dando espaço para o debate historiográfico de mulheres no cenário literários. MATERIAIS E MÉTODO: A partir das leituras os conceitos de representação social, gênero e literatura como fonte histórica, foram desenvolvidas ao longo da metodologia de pesquisa. Assim como concepções do século XX, que foi responsável por grandes impactos nos moldes civilizatórios do mundo, reestruturando, desta forma, os sistemas econômicos e políticos que impactaram nas relações culturais e no cotidiano da sociedade britânica. RESULTADOS: Identificamos como a escritora compreendia os gêneros sociais e como ela se consolidou como a rainha do crime e uma das maiores escritoras de seu tempo histórico, apesar da dificuldade no mercado literário por ser uma mulher em um ambiente majoritariamente masculinizado. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O personagem de Miss Marple, diferente de Poirot, se utiliza de suas experiências de vida e de seu conhecimento da natureza humana para seu julgamento nos casos, a partir da observação do comportamento das pessoas, observa os padrões comportamentais para guiá-la nas investigações. Descrita sempre com uma fragilidade, inocência e subestimação, por ser uma mulher e idosa, mas sempre surpreende a todos por sua sagacidade e inteligência, se utiliza de suas habilidades de se aproximar das pessoas para coletar as informações relevantes para os seus casos. Marple é um grande exemplo de quebra de expectativa dos estereótipos exigidos das mulheres durante o século XX.

PALAVRAS-CHAVE: Agatha Christie; Representação social; Gênero; Romance policial; Pós-guerra.