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NOVOS DETERMINANTES DA PERFORMANCE COGNITIVA EM INDIVÍDUOS COM MAIS DE 80 ANOS- IMPACTO DA SOLIDÃO

TONET, Camila ¹; STRADIOTTO, Rafaela ³; GIROTTO, Karina De Guadalupe Bertoldi ³; JEREZ-JOIG, Javier ³; BAENA, Cristina Pellegrino ²
Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: Introdução: A população com 80 anos ou mais cresce cada vez mais. Prevê-se que o número de indivíduos nessa faixa etária triplique globalmente até o ano de 2050. Dessa forma, é fundamental que se estabeleça medidas de envelhecimento saudável às comunidades. Sabe-se que a cognição e o engajamento social são dois dos pilares para o envelhecimento bem-sucedido, porém a relação entre a solidão e cognição, principalmente na população de 80 anos ou mais, ainda é pouco abordada.
OBJETIVOS: Avaliar a influência da solidão na cognição em idosos com mais de 80 anos residentes na comunidade participantes da 8ª onda do projeto Survey of Health, Ageing and Retirement in Europe (SHARE).

MATERIAIS E MÉTODO: Estudo transversal com dados da 8ª onda do SHARE. A variável de exposição (solidão reportada) foi mensurada com uma adaptação da R-UCLA Loneliness Scale. O desfecho (capacidade cognitiva) foi avaliado por meio do desempenho em testes simples de orientação temporal, desempenho matemático, memória recente e tardia e fluência verbal. Variáveis categóricas foram descritas por frequência e percentual, e variáveis quantitativas foram analisadas com média, desvio padrão, mediana e intervalo interquartílico, conforme a distribuição. Comparações entre grupos usaram testes de qui-quadrado, Fisher, t de Student e Mann-Whitney. Modelos de regressão logística foram aplicados para examinar a relação entre solidão e desempenho cognitivo, ajustados para covariáveis, e a qualidade dos modelos foi medida pela área sob a curva ROC. A análise foi feita com o IBM SPSS, versão 29.0, e não houve imputação de dados ausentes. RESULTADOS: Inclui-se 7253 indivíduos, com idade de 84,3 (± 3,8) anos, sendo 58,2% mulheres e a maioria dos participantes (52,3%) apresentou baixo grau de escolaridade (ISCD-79 de 0 a 2). Em relação as comorbidades, 37,4% apresentaram depressão, 22% infarto agudo do miocárdio, 6,8% acidente vascular cerebral, 6,6% câncer e 4% fratura de quadril ou fêmur. A maior parte reportou a solidão (55,5%, n=4050) e o maior comprometimento da cognição foi dado por 70,3% (n=5100) em memória tardia e 59,5% (n=4308) em memória recente. A presença de solidão foi associada ao comprometimento de todos os cinco campos cognitivos (p < 0,001). Na análise de modelos múltiplos, manteve-se associação significativa entre solidão reportada e comprometimento da memória recente (p < 0,001) e da fluência verbal (p < 0,001). Ao ajustar o modelo pelas demais variáveis, obteve-se associação entre solidão apresentada e comprometimento da memória recente (p = 0,046) em relação independente de idade, sexo feminino, possuir depressão, residir na região Sul da Europa e dispor de médio e baixo graus de escolaridade. Já em relação a solidão relatada e fluência verbal insatisfatória, com o modelo ajustado para demais variáveis, ocorreu forte associação independente de sexo feminino, depressão, médio e baixo graus de escolaridade, habitar região Sul e Leste da Europa. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Nesta população de idosos com aparente envelhecimento bem-sucedido, a maioria reportou a solidão. Os achados deste estudo sugerem que a solidão apresentada está relacionada com maior risco de comprometimento cognitivo da memória recente e da fluência verbal em idosos com 80 anos ou mais.

PALAVRAS-CHAVE: 1. Solidão; 2. Cognição; 3. Idoso de 80 Anos ou mais; 4. Fator de impacto; 5. Envelhecimento saudável.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa PUCPR no programa PIBIC.