INTRODUÇÃO: A perda olfatória em pacientes com COVID-19 parece durar um curto período de tempo, contudo alguns pacientes permanecem com o sintoma por um tempo maior. Considerando a capacidade moduladora do epitélio olfatório, o treinamento olfativo, tem se mostrado útil para pacientes que tiveram perda olfatória. Visto que a pandemia do COVID-19 é recente e as evidências sobre as consequências da perda olfatória ainda são escassas, bem como de tratamentos disponíveis e eficazes, estudos são necessários para evidenciar potenciais tratamentos para a perda olfatória dos pacientes pós-COVID-19. – OBJETIVOS: Avaliar a eficácia do treinamento olfatório como forma de tratamento inovador em pacientes com perda olfatória causada pela COVID-19. Avaliar se fatores como idade, sexo, raça, tempo de perda olfatória e grau da perda olfatória interferem no desfecho do treinamento olfatório. – MATERIAIS E MÉTODO: Foram recrutados 30 indivíduos com história de perda olfatória pós-COVID-19 há mais de 3 meses. Desses, 15 pacientes realizaram o treinamento olfatório. A avaliação da eficácia do tratamento foi realizada a partir do Teste de Identificação de Olfato da Universidade da Pensilvânia (UPSIT) aos 3 meses, comparando com o teste realizado antes de iniciar treinamento. – RESULTADOS: Houve melhora estatisticamente significativa da avaliação subjetiva (EVA) dos pacientes que realizaram treinamento olfatório por 3 meses. Não houve melhora estatisticamente significativa da pontuação do UPSIT dos pacientes que realizaram treinamento olfatório por 3 meses, e os fatores idade, sexo, raça e tempo de perda não tiveram relação estatisticamente significativo com a eficácia do treinamento olfatório. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados do presente estudo indicam que a o treinamento em pacientes com perda olfatória pós-COVID-19 há mais de 3 meses pode melhorar a percepção subjetiva do olfato e consequentemente melhorar a qualidade de vida. Uma vez que indivíduos que possuem redução da percepção olfatória estão mais expostos à desnutrição, intoxicação alimentar, depressão e exposição a agentes químicos perigosos.