Logo PUCPR

SEPARAÇÃO E UNIÃO ATRAVÉS DE UM FIO DE CORTE: UMA ANÁLISE DA ESCRITA DE RESISTÊNCIA A PARTIR DA OBRA TORTO ARADO DE ITAMAR VIEIRA JÚNIOR

RESUMO

INTRODUÇÃO: A presente pesquisa discute o caráter de resistência encontrado na obra Torto arado (2019), de Itamar Vieira Junior, com base no seguinte livro de Alfredo Bosi, Literatura e resistência (2002), no qual o autor enfatiza quais são as características e os elementos essenciais que um livro deve conter para ser classificado uma obra de resistência política. – OBJETIVOS: O objetivo geral deste trabalho consiste em analisar, dentro da categoria “resistência” o livro Torto arado (2019), escrito por Itamar Vieira Junior, o caráter de resistência presente na obra Torto arado, (2019), de Viera Junior, de acordo com os conceitos apresentados por Bosi, no livro Literatura e resistência (2002). A pesquisa possui dois objetivos específicos, sendo eles, o desenvolvimento de análises críticas acerca das características presentes na obra de Torto arado, (2019), que dialogam com a definição de “resistência”, apresentada na obra Literatura e resistência (2002), do crítico literário Alfredo Bosi. O segundo objetivo busca compreender a obra de Vieira Junior, por meio de uma perspectiva decolonial, e para isso, utilizamos as seguintes obras: Um feminismo decolonial, (2020), de Françoise Vergès, e a obra Por um feminismo afro-latino-americano, da antropóloga brasileira Lélia Gonzáles, realizando uma interface, com os conceitos abordados por Alfredo Bosi. – MATERIAIS E MÉTODO: Esta pesquisa é de natureza qualitativa, e foi realizada tendo por base o levantamento bibliográfico de obras que abarcam as definições estabelecidas por Bosi, como “literatura de resistência”, assim como de obras que abordam conceitos e definições pertencentes ao feminismo negro e decolonial, presentes nas obras de Françoise Vergès, e de Lélia Gonzáles. – RESULTADOS: Com o devido aprofundamento das obras citadas acima, confirmamos que o romance Torto arado, (2019), pertence sim a categoria das obras que devem ser classificadas como “literatura de resistência”. Pois, segundo Bosi, uma vez que o autor consegue abarcar e transcender a vida real, a literatura, sendo ficção, é capaz de resistir à mentira. E é sob essa perspectiva que a literatura, compreendida até então como lugar de fantasia, torna-se o lugar da verdade mais precisa, visto que Itamar Vieira Junior, autor baiano, retrata em seu romance a sistemática negação da subjetividade de mulheres negras e não brancas, por meio das personagens, Belonísia, Bibiana, Santa Rita Pescadeira, entre outras, as quais sofrem inúmeras violências, dentre elas o racismo, a violência doméstica, sexual e patrimonial. Violências estas que foram investigadas com o auxílio do aporte teórico construído pelas autoras Lélia Gonzáles e Françoise Vergès, estudiosas do feminismo negro e decolonial. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Desse modo, Vieira Junior concede aos seus leitores, uma literatura questionadora e autêntica, a qual, resiste às políticas reacionárias e difusas as quais são predominantes em nosso cenário político contemporâneo. Sendo assim, o autor traz à tona, em seu romance, um Brasil precário e que durante muito tempo permaneceu invisível, conferindo voz à narrativa de mulheres negras, como há muito tempo não se havia presenciado na história da literatura brasileira.

PALAVRAS-CHAVE:

literatura; resistência; política; feminismo; decolonialidade.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Sessão Oral:
(O5.2) PIBIC – Ciências Humanas – LETR, LING, ART : 26/10 – 11h00 – 13h00 – Auditório – Gregor Mendel
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa de Iniciação Científica com recursos da PUCPR
Legendas:
  1. Estudante;
  2. Orientador;
  3. Colaboradores.

Compartilhe

Share on facebook
Share on linkedin
Share on twitter
Share on email