INTRODUÇÃO: Pessoas idosas são as principais vítimas de casos graves e mortes por COVID-19. Diante disso, para esse grupo lidar com esse fato, além da própria pandemia e suas consequências negativas, faz-se necessário estratégias de enfrentamento, sendo a espiritualidade/religiosidade (E/R) importantes ferramentas nesse cenário. – OBJETIVOS: Compreender o modo como a população idosa produz sentido para experiência de sofrimento no contexto da pandemia de COVID-19, por meio da avaliação da E/R. – MATERIAIS E MÉTODO: A metodologia utilizada foi de abordagem quantitativa, descritiva, de corte transversal. Os instrumentos utilizados foram: Questionário para levantamento dos dados sociodemográficos incluindo perguntas sobre sentido e espiritualidade na pandemia, três questões sobre o apego a Deus, Escala de Satisfação com a Vida, Escala de Coping Espiritual/Religioso (CER), Escala da Centralidade da Religiosidade (ECR – 5). – RESULTADOS: Participaram do estudo 42 pessoas, sendo 59,5% do sexo feminino, com média de idade de 70,6 anos, predominantemente católicas (69%), seguidas de evangélicas (16,7%). As pessoas idosas participantes desse estudo foram categorizadas como “satisfeitas com a vida” e altamente religiosos (M= 4,16), sendo a Dimensão Ideológica a mais prevalente na prática religiosa. Fazem utilização “média” de CER Positivo e “irrisória” de CER Negativo. O principal tipo de apego a Deus é o seguro e isso parece ter tido impacto no modo como as pessoas idosas experienciaram ansiedade, tristeza, medo e cansaço. A despeito da E/R, 66,7% da amostra sentiu a necessidade de uma busca maior da espiritualidade durante a pandemia, sendo que 59,5% afirmam que a pandemia os fizeram orar mais e/ou meditar mais. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados confirmam o que é apresentado na literatura sobre a dimensão espiritual/religiosa como instância significativa na rotina diária de pessoas idosas e como recurso no enfrentamento do sofrimento. Esse estudo evidenciou que pessoas idosas fazem uso significativo dessa dimensão para lidar com o estresse vivenciado durante a pandemia de COVID-19. Dessa forma, afirma-se a importância do reconhecimento e valorização da espiritualidade/religiosidade na prestação de cuidado a esse grupo populacional, visando uma assistência integral na promoção da saúde e do bem-estar da pessoa idosa.