INTRODUÇÃO: A reflexão apresentada se vale de ideias novas, que emergem de lugares invisibilizados pela massificação do produto educacional ditado por grandes organizações e monopólios de uma cultura de manutenção da colonialidade e de padrões externos aos elementos de um grupo étnico ou comunidade religiosa, causando conflito de identidades, sincretismos e descaracterizações do outro. Assim, a pesquisa aprofunda o processo de decolonização da formação docente de Ensino Religioso, a partir da interculturalidade, considera como estratégia para o diálogo e a educação intercultural. – OBJETIVOS: Diante inovações propostas pela BNCC, questiona-se: Qual o significado do Ensino Religioso de dimensão intercultural? Quais os elementos constitutivos para uma educação intercultural? Os objetivos específicos visam: analisar a perspectiva intercultural de desconstrução da matriz curricular colonial; investigar as relações entre o pensamento decolonial e o campo da educação; examinar a constituição sociocultural das identidades e alteridades, a partir da perspectiva decolonial; averiguar como a educação intercultural contribui para o aprendizado do diálogo inter-religioso e a construção da cultura da paz. – MATERIAIS E MÉTODO: Pesquisa bibliográfica exploratória, descritiva, com reflexões de aportes de teóricos tais como: temática da “decolonialidade”, tais como Enrique Dussel, Walter Mignolo, Aníbal Quijano, Catherine Walsh, Ramón Grosfoguel, Santiago Castro-Gómez, Edgardo Lander, Arturo Escobar, Nelson Maldonado-Torres etc. – RESULTADOS: Constatou-se a necessidade de uma educação intercultural com proposta de uma educação decolonizadora. A educação intercultural veicula práticas de cooperação como o bem viver, o reconhecimento do outro, a contextualização, a valorização do espaço e tempo, que se expressa através dos membros da própria comunidade. A educação intercultural requer a superação da “racionalidade colonizadora” moderna, que está na base da organização dos nossos currículos. A decolonização do currículo só é possivel por um “pensar” e “fazer pedagógico outro”, por uma reflexão própria e coletiva, que requer o despertar das consciências, dar visibilidade às práticas curriculares que docentes e discentes realizam como protagonistas do fenômeno educativo-cultural, mas, as vezes são continuadoras e perpetuadoras da colonialidade. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: O componente curricular Ensino Religioso, desafia olhar à realidade a partir da diversidade e da pluralidade cultural e religiosa. Neste componente o sujeito se constitui enquanto ser de imanência e de transcendência. A educação intercultural na perspectiva da decolonialidade e requer investimentos na formação de docentes e discentes nessa perspectiva. A perspectiva intercultural articulada ao currículo fomenta concepções, estratégias, métodos e ações educativas fundamentadas em valores relevantes para o desenvolvimento de sociedades democráticas e mais justas, alicerçadas na solidariedade e na equidade, unidas a um sentido ético e político.