INTRODUÇÃO: A memória é caracterizada como a capacidade de reter ideias, informações, conhecimentos e experiências adquiridas anteriormente que podem ser evocadas posteriormente, fato que classifica o processo de lembrar. Por outro lado, o fenômeno correspondente à falsa memória é definido como o processo de evocar informações “internalizadas” de maneira distorcida sobre eventos que ocorreram no passado ou sobre eventos que nunca aconteceram de fato. Em vista disso, percebe-se que a construção de uma explicação para a classe de comportamentos denominada como falsa memória está fortemente relacionada à compreensão do controle de variáveis que estão relacionadas com a classe de comportamentos denominada memória. – OBJETIVOS: Assim, o presente trabalho teve por objetivo orientar estudos na área de distorções do relato verbal e sua compressão à luz da teoria Analítico-Comportamental; avaliar possíveis mecanismos de implantação de falsas memórias no relato infantojuvenil; avaliar a influência da sugestionabilidade verbal de falsa informação como forma de implantação de falsas memórias; e articular a discussão da distorção do relato verbal no contexto jurídico – uma vez que as falsas memórias podem ser provas judiciais. – MATERIAIS E MÉTODO: Foram reproduzidas de forma auditiva estórias para as crianças, fichas para consequenciação do comportamento, teste de audivilização, e um roteiro da estória. – RESULTADOS: Nesse experimento, os participantes foram expostos à uma estória em áudio e posteriormente foi solicitada a reprodução desta estória, momento em que foram registradas as ocorrências de distorções no relato verbal. Na etapa de experimentação cada um dos três grupos foram expostos a diferentes variáveis no período de intervalo de retenção de informação, sendo que a partir da análise dos resultados – principalmente do Grupo Experimental 2 (GE2) – pôde-se presumir que a sugestionabilidade pode ser um grande mecanismo de implantação de falsas memórias. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Concluiu-se, portanto, sobre a importância de um manejo adequado dos procedimentos de entrevista no âmbito judicial, uma vez que a ocorrência deste fenômeno pode causar grandes implicações e prejuízos na vida dos afetados.
