INTRODUÇÃO: A historiografia recente procura entender o modernismo brasileiro como um movimento de muitas perspectivas, como sendo algo plural e contínuo, diferentemente da corrente que vê o modernismo como resultado de um lugar e tempo bem definidos: São Paulo, 1922. Por mais que a fonte histórica utilizada na pesquisa, “A Cuca” (1924), se enquadre nesse contexto local e temporal, a perspectiva que busca-se é analisar como uma artista que nem Tarsila do Amaral colocou em suas obras elementos que representassem esse Brasil tão plural ao mesmo tempo que estava inserida no projeto nacional de modernização e progresso do país. – OBJETIVOS: O presente trabalho busca compreender como aspectos da cultura brasileira foram representados e apresentados por Tarsila do Amaral durante o movimento modernista no Brasil. Para tanto, a pesquisa utiliza como fonte histórica o quadro “A Cuca ” de Tarsila do Amaral, feito em 1924. A chamada fase Pau Brasil da artista compreende os anos de 1924 até 1928, na qual ela adaptou elementos cubistas às suas obras e pintou quadros cada vez mais condizentes com os ideais modernistas de representar um Brasil regional, urbano, rural e popular, ou seja, “múltiplos brasis”. – MATERIAIS E MÉTODO: Dentro da pesquisa foi explorado o campo da História Cultural e o conceito de representação formulado por Roger Chartier uma vez que o estudo das representações está ligado com a noção de construção de identidade, sendo a maneira como os indivíduos se percebem através daquilo que está sendo representado. Como referencial teórico metodológico foi utilizado Ernest Gombrich sobre história da arte, também Ronald Raminelli sobre representações de fontes pictóricas na história e por fim Mônica Pimenta Velloso sobre história e modernismo. – RESULTADOS: Tomando o modernismo brasileiro a partir dos quadros de Tarsila do Amaral vemos que há neles o discurso de modernização e busca da brasilidade. Especificamente na obra “A Cuca” observamoso resgate ao folclore indígena e assim sendo, inclui-se no rol de arte e cultura nacional as tradições, costumes e lendas encontradas no interior do Brasil. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Tarsila do Amaral, foi uma artista que participou do movimento de construção de identidade nacional, e analisando suas obras pode-se ver que esse processo não foi isolado e rápido, mas sim, um processo longo que ao longo de sua carreira a artista buscou aprimorar e investigar mais afundo o que significava “ser nacional” na década de 1920 e assim por diante. Ao longo da pesquisa foram percebidas brechas que possibilitam uma investigação maior nesse campo de estudo, como a vida pessoal da artista dialogou com o contexto histórico brasileiro, pois lendo sua biografia percebe-se que há uma defasagem nas pesquisas sobre sua a partir de 1950.