INTRODUÇÃO: Historicamente os indígenas foram obrigados a compactuar com o modo colonizador de existir. Mesmo por tantos enfrentamentos, muitos conseguiram perpetuar seu modo de viver e conceber o mundo. Assim, para que se compreender a manutenção sociocultural dos Guaranis Mbyá localizados na Aldeia Tekoa Tekuaty na modernidade, e mais específico, mediante a COVID-19, vê-se a necessidade de “utilizar do óculos”, um operador conceitual, do perspectivismo para perceber a importância das suas atividades socioculturais que garantem a coesão identitária dos Mbyá e possibilitam reconstituir suas forças para que sobrevivam os percalços enfrentados mediante o Estado e a nova pandemia que os assola, propõe-se trazer a palco uma reflexão retirada pelas falas a cacica da aldeia, Juliana Kerexu a fim de compreender o sofrimento que atingiu sua aldeia, e como esta sobreviveu mais uma vez dentre os embates modernos. – OBJETIVOS: Assim, para alcançar tais objetivos desta pesquisa, utiliza-se perguntas para guiar a construção do pensamento proposto. São elas: Como podemos compreender o cultivo e o sistema de trocas do milho avaxi ete’i com a subsistência indígena na aldeia Tekoa Takuaty, além da manutenção da cerimônia do Nhemongarai e demais ritos culturais? Como entender a dinâmica de manutenção sociocultural do povo Tekoa Takuaty no século XXI? Quais os impactos do COVID-19 na manutenção sócio político cultural da aldeia Tekoa Takuaty?. Utilizando essas perguntas como base e, orientando no objetivo geral da pesquisa, “compreender a manutenção sociocultural da aldeia Tekoa Takuaty no século XXI, em especial, durante a pandemia do COVID-19”. – MATERIAIS E MÉTODO: A pesquisa apoiou-se em revisões documentais e de literatura para conseguir responder a problemática imposta inicialmente: “Compreender a manutenção sociocultural da aldeia Tekoa Takuaty no século XXI, em especial, durante a pandemia do COVID-19”. Assim, foi realizada um rigoroso levantamento bibliográfico buscando entender os seguintes recortes: (1) Cultura Guarani Mbyá; (2) Perspectivismo Ameríndio de Viveiros de Castro; (3) Impactos da SARS-COV-2 nas comunidades indígenas, em especial, da aldeia Tekoa Takuaty. – RESULTADOS: A partir de três perguntas orientadoras, pode-se concluir que a manutenção sociocultural da aldeia Tekoa Takuaty no século XXI, em específico, durante a SARS-COV-2, se mantém coesa graças às insistências para manter sua cultura viva, seja pelo plantio do milho, pela prática ritual Nhemongarai, na venda de artesanatos, ou pela oratória, que vinculadas a ligação quase religiosa com o território que habitam, foram capazes de dar criar forças para lutar contra aos obstáculos modernos expostos durante sua existência. Assim, considera-se que o povo Mbyá da Tekoa Takuaty, enfrentam e continuaram a enfrentar percalços colocados pelo colonizador moderno, mas que mesmo em dificuldades, não desistiram de manter sua cultura viva. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Assim, Mesmo invisibilizados e muitas vezes dependentes do governo, com a COVID-19 ou não, a população Mbyá da Tekoa Takuaty luta para manter sua sociedade e cultura, tentando enfrentar os percalços impostos pelo contato com o colonizador.
