INTRODUÇÃO: No Brasil, existe uma inclinação ao uso da punição para a solução de problemas. Com o fim da Ditadura Militar, tal prática começou a ser mais intensamente instigada pela mídia, sendo ela majoritariamente preferível pela população brasileira ao solucionar conflitos, enquanto métodos de prevenção ou reabilitação que tenha os Direitos Humanos básicos em consideração são descartados por haver a percepção de ser “defesa ao crime”. No ambiente virtual, pode-se observar um fenômeno parecido, no qual utiliza-se a punição e antagoniza-se qualquer tentativa de mediação, em desenvolvimento. – OBJETIVOS: Por meio desta pesquisa, pretende-se compreender como a cultura cultivada no meio online influencia o modo como os adolescentes abordam as formas de mediação de conflitos na realidade. – MATERIAIS E MÉTODO: A pesquisa foi realizada em dois momentos: primeiramente, foi realizada uma revisão bibliográfica sobre o conceito de populismo punitivo, de punição segundo a Análise do Comportamento e de cultura de cancelamento; após isso, na fase do estudo de campo, foi formulado um questionário fechado de múltipla escolha que foi aplicado à 27 alunos do colégio Guilherme Maranhão, posteriormente a técnica de grupos focais foi aplicada às turmas do Ensino Médio da manhã e da noite no colégio Teobaldo L. Kletemberg. – RESULTADOS: Como resultado, notou-se que a incidência de casos de violência tem aumentado nos últimos anos na percepção dos adolescentes, principalmente após a pandemia da COVID-19; sobre resolução de conflitos, os alunos concordam sobre a maior efetividade de métodos pacíficos, como o diálogo, porém afirmam que presenciam diversos momentos em que a punição é utilizada ao invés daquilo que consideram o certo; e sobre os direitos humanos, acreditam serem importantes, mas facilmente ignorados, principalmente os alunos do 2º ano do turno da manhã. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Por meio desta pesquisa, chegou-se à noção de que o fenômeno da cultura de cancelamento observado na esfera virtual é, na verdade, um reflexo da realidade injustiçada das pessoas que se viram mais livres no ambiente virtual do que no real.
