INTRODUÇÃO: A pesquisa discorrer sobre o conceito de aporofobia na perspectiva de Adela Cortina e alteridade na percepção de Emmanoel Levina. A aparofobia consiste na aversão ao pobre, ela é um tipo de violência diferente, pois atinge aquele que são destituídos de recursos econômicos, e assim não podem contribuir com o desenvolvimento social. Enquanto o conceito de alteridade significa ter a capacidade de perceber o Outro, sentir seus anseios, através do Rosto que se apresenta ao Eu e que revela o Outro na sua totalidade, a percepção da existência do Outro conduz o Eu, a romper com seu egoísmo e se responsabilizar pelo Outro. – OBJETIVOS: Tendo em vista que a relação aporofóbica está se naturalizando no Brasil, essa pesquisa, ao aprofundar teoricamente essa realidade, quer não apenas ir na contramão e denunciar o processo de naturalização aversão ao pobre, mas ser propositiva academicamente, no sentido de tecer algumas reflexões que apresente a realidade das pessoas em situação de vulnerabilidade, com ênfase nas populações em situação de rua. – MATERIAIS E MÉTODO: Para isso se analisou as informações sobre quem são e como vivem as pessoas em situação de rua no Brasil, no contexto da pandemia da COVID-19, tendo como chave de leitura e interpretação os conceitos de aporofobia e alteridade. Quanto aos procedimentos técnicos-metodológicos, utilizamos a pesquisa qualitativa-bibliográfica, a qual se serve de material teórico publicado – livros, artigos de revistas científico-filosóficas, impressas ou digitais – e, nesta investigação, as obras publicadas por Adela Cortina e Levinas. – RESULTADOS: A tese defendida, aponta que a realidade da população em situação de rua é subjugada por ações individualista, que não favorece a construção do ser humano, mas desumaniza, afasta e não permite a compreensão do Outro. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: No decorrer deste estudo foi possível fazer uma análise mais aprofundada do conceito de alteridade do filósofo Emmanoel Levinas e do conceito de aporofobia cunhado por Adela Cortina, favorecendo a compreensão acerca da realidade da população em situação de rua. Esta pesquisa apontou que os grupos em situação de rualização no Brasil, tem a cicatriz da violência social engendrada por aqueles que não conseguem compreender, que esses renegados sociais estão nesta situação, porque existe um sistema que oprime e corrobora para o agravamento das desigualdades sociais. Se constatou que aos indivíduos em situação de rua é negado a condição de igualdade, de liberdade e de justiça. Tais negações viabilizam o fortalecimento da vulnerabilidade dessa gente, já que eles são os grupos mais afetados pelas disparidades sociais.