INTRODUÇÃO: A busca pela expansão e potencialização das capacidades humanas, sejam elas físicas ou intelectuais, é um tema controverso: a busca não é por saúde e qualidade de vida, mas pelo aumento de habilidades já presentes e funcionais, para maior disposição e produtividade nos estudos e no trabalho. Os nootrópicos, por sua vez, se propõem a proporcionar o aumento de capacidades cognitivas humanas e vêm ganhando cada vez mais força e popularidade entre as pessoas. – OBJETIVOS: A presente pesquisa tem como objetivo situar os nootrópicos dentro do campo do melhoramento cognitivo, identificando quais são as substâncias mais utilizadas, qual sua efetividade e quais seus riscos colaterais, e perpassando os aspectos éticos implicados no seu uso e disseminação. – MATERIAIS E MÉTODO: O método empregado foi o de revisão integrativa e contou com busca em cinco indexadores (Biblioteca Virtual em Saúde, Biblioteca Eletrônica Científica Online, American Chemical Society, Cochrane Database of Systematic Reviews e a plataforma Pubmed) e encontrou, ao final, 19 artigos dentro do tema proposto. – RESULTADOS: Os resultados encontrados apontam para uma grande variedade de substâncias utilizadas como nootrópicos, porém nenhuma atestou efetividade comprovada, assim como seus riscos e efeitos colaterais são incertos e desconhecidos. A principal motivação para o uso é o maior rendimento nos estudos e no trabalho, e diversas questões bioéticas puderam ser levantadas a partir das informações obtidas, como a relação risco-benefício, a justiça competitiva, a pressão pelo uso e o acesso aos nootrópicos. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que os dados são escassos nesta área, mas pode-se dizer com segurança que as substâncias nootrópicas ainda não ultrapassaram suas propriedades terapêuticas e ainda não promovem um melhoramento cognitivo humano. Contudo, considerando-se o aumento exponencial em sua utilização, explorações bioéticas se fazem muito necessárias neste campo.