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LUTO E METAPSICOLOGIA FREUDIANA: UMA PERSPECTIVA NA PANDEMIA DE COVID-19

RESUMO

INTRODUÇÃO: Nossa pesquisa busca compreender e dimensionar as dificuldades de elaboração do luto decorrente de óbito por COVID-19, a partir da teoria psicanalítica. O luto é o processo subjetivo, antropológico e cultural de reação à perda, portanto uma experiência que demanda uma elaboração satisfatória da perda de forma espontânea ao longo do tempo, o que nem sempre acontece. Nesse caso, faz-se necessário estabelecer estratégias de acolhimento e acompanhamento para amenizar os efeitos negativos e fazer frente à situação, dando especial atenção aos riscos psiquiátricos desse processo. – OBJETIVOS: Compreender a concepção de luto e sua elaboração para Sigmund Freud; – Relacionar a concepção freudiana com as dificuldades encontradas em ambiente de grande disseminação de COVID-19; – Apresentar os impactos da pandemia na elaboração do processo de luto. – MATERIAIS E MÉTODO: O presente estudo se baseia em revisão bibliográfica e análise narrativa com abordagem qualitativa. A busca das obras utilizadas foi feita por meio de arquivos digitalizados e, após a leitura, foram agrupados e analisados os conceitos pertinentes à concepção do luto e sua elaboração por Freud, bem como foram utilizadas obras que trataram do assunto no contexto específico da pandemia do COVID-19, luto e melancolia. Foram identificados inicialmente 591 artigos nos bancos de dados: 346 do Google Scholar e 245 da Scielo. Foram excluídos artigos publicados antes de 2019, monografias de graduação e textos na internet sem autoria e os que não se adequavam ao tema. Restando assim 12 para serem efetivamente utilizados,tratando das dificuldades de elaboração do luto e das especificidades do processo. – RESULTADOS: Para Freud, o luto comum é uma reação à perda, com uma duração limitada e superado de forma espontânea. Uma reação normal à questão existencial da finitude e da morte, partindo de um “choque” inicial, um estupor que persiste até que se consigue dar significado ao que está acontecendo. O segundo, é a ambiguidade fundamental entre a presença e a ausência, ou seja, a pessoa enlutada está entre o mundo compartilhado com a pessoa falecida e o mundo novo onde a pessoa falecida já não está mais presente. É imprescindível o reconhecimento e aceitação da morte,. É papel da cultura amparar esse processo através dos rituais, mas durante a pandemia a elaboração do lutoé limitada, pois os familiares não podem ter contato com a pessoa falecida, manejar seu corpo e vestes, ficando o corpo embrulhado em um saco plástico impermeável, sem velório, com o caixão fechado, um número restrito de pessoas presentes e ocorrendo deforma rápida. É cedo para avaliar o impacto emocional a longo prazo das alterações provocadas pela pandemia nos rituais fúnebres, mas sabe-se que que a elaboração é dificultada pela pandemia. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: A pandemia de COVID-19 provocou mudanças substanciais nas circunstâncias que cercam a morte e o luto, dificultando sobremaneira a elaboração da perda e desencadeando formas mais intensas de sofrimento mental. Essas condições demandam o direcionamento de estratégias de acolhimento e acompanhamento que possam amenizar os efeitos negativos, ainda não conhecidos plenamente, desse surto global para os pacientes e seus familiares.

PALAVRAS-CHAVE:

luto; pandemia; melancolia; COVID-19; elaboração.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa de Iniciação Científica com recursos da PUCPR
Legendas:
  1. Estudante;
  2. Orientador;
  3. Colaboradores.

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