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CONSIDERAÇÕES SOBRE A UTILIDADE DA METAPSICOLOGIA FREUDIANA PARA A NEUROCIÊNCIA

RESUMO

INTRODUÇÃO: Inúmeras divergências teórico-práticas entre Psicanálise e Neurociência são atualmente consideradas no contexto de um debate fecundo, especialmente porque a neurociência necessita de uma teoria para refletir seus resultados, enquanto a psicanálise parece carecer de meios de verificação de seus resultados. Enquanto Freud tenta criar um mecanismo psíquico por meio de um reducionismo metodológico, jamais aceitando a redução ontológica do psíquico ao neural, temos no viés reducionista-eliminativista das neurociências um “retorno” a um sujeito mecânico, de modo que os comportamento, os sentimentos e a moralidade, passam a ser compreendidos a partir dos seus componentes neurais, numa visão médico-anatômica de tendência maquinalista. Nossa pesquisa estuda em que medida esse debate tem avançado visando a diminuir a distância entre ambos os campos do saber. – OBJETIVOS: • Situar a origem comum da psicanálise e da metapsicologia no contexto médico; • Verificar o estado da arte acerca da temática, visando reduzir o hiato existente entre os conceitos de Freud e as pesquisas das neurociências; • Traçar as relações e os embates entre a metapsicologia freudiana e as neurociências; • Investigar a importância da psicanálise para a compreensão da construção integral do sujeito contemporâneo e suas contribuições clínicas, visando um diálogo transdisciplinar. – MATERIAIS E MÉTODO: Utilizamos as principais obras de Freud concernentes à construção da metapsicologia e obras específicas referentes à temática. A partir disso, pesquisamos as relações entre as ideias de Freud e as neurociências retomando a relevância do Projeto (1950[1895]). Analizam-se as referências sobre o funcionamento mental, por exemplo a neurociência afetiva (DAMÁSIO; 1999, PANKSEPP; 1998) e pesquisas que exploram contribuições mútuas entre os campos, elaborando as contribuições da metapsicologia em aplicações clínicas e na noção de sujeito (KANDEL; 1999, WINOGRAD, 2007; 2010, LAZNIK, 2021). A metodologia consiste em revisão de narrativa, contemplando a busca e análise criteriosa de textos pertinentes, para a elaboração de um banorama acerca das contribuições da psicanálise às neurociências. – RESULTADOS: O movimento de aproximar Psicanálise e Neurociência se originou de uma disciplina denominada de Neuropsicanálise, fomentada por Eric Kandel (1999), que reconhece que a Psicanálise revolucionou a compreensão da vida mental e ainda representa a visão de mente mais satisfatória, mas que afirma, por outro lado, que lhe faltariam métodos objetivos para testar suas formulações, pois acredita que a impossibilidade de observação direta dos processos psíquicos é uma grande limitação do campo psicanalítico. A possibilidade de diálogo pode se dar a partir dos seguintes pressupostos: a recusa do fisicalismo, um posicionamento não reducionista (que implica na recusa às tentativas de traduzir a experiência humana em conceitos biológicos); pluralismo teórico; pluralismo metodológico; exploração da corporeidade na vida psíquica; e postura interdisciplinar, sem a hierarquização dos campos do saber. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: A proposta de investigar a tendência de tratar a subjetividade numa perspectiva biológica e questionar afastamentos ou aproximações também incentiva pensar no sujeito e na visão de homem atual. Pode-se pensar em um materialismo não-reducionista, que compreende a mente a partir de múltiplas causas, envolvendo o físico e o simbólico. Enquanto o cérebro é condição para a existência do psíquico, seu funcionamento não abarca a totalidade da mente.

PALAVRAS-CHAVE:

psicanálise; neurociência; subjetividade; biologia; psiquismo; cérebro.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa de Iniciação Científica com recursos da PUCPR
Legendas:
  1. Estudante;
  2. Orientador;
  3. Colaboradores.

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