Logo PUCPR

UMA ANÁLISE DO TRABALHO DOMÉSTICO TERCEIRIZADO NA PANDEMIA DA COVID-19

RESUMO

INTRODUÇÃO: A presente pesquisa objetiva uma compreensão da situação das trabalhadoras domésticas assalariadas no cenário nacional, principalmente na pandemia da COVID-19. Para tanto, coube uma análise de obras literárias, priorizando autoras latino-americanas, a respeito das conjunturas históricas, sociais e culturais que influenciaram na atribuição dos serviços domésticos terceirizados às mulheres, principalmente, às mulheres negras, como a colonialidade, o racismo, sexismo e interseccionalidade. – OBJETIVOS: Compreender a situação das trabalhadoras domésticas assalariadas no cenário nacional, principalmente na pandemia da COVID-19. Analisar, a partir de obras literárias, as conjunturas históricas, sociais e culturais que influenciaram na atribuição dos serviços domésticos terceirizados às mulheres, majoritariamente, às mulheres pretas. Verificar dados demonstrativos dos impactos sofridos pelas trabalhadoras domésticas assalariadas na crise sanitária e econômica da COVID-19. – MATERIAIS E MÉTODO: Pesquisa realizada a partir do método de revisão bibliográfica, com a finalidade de compreender os que influenciaram na atribuição do trabalho doméstico terceirizado às mulheres, especialmente às mulheres pretas. Para tanto, foram selecionadas e analisadas dez obras literárias concernentes aos assuntos que circundam tal temática, incluindo obras com enfoque filosófico e psicanalítico. Para a análise, foi feito um fichamento organizado em uma tabela dividida em temas relevantes para a pesquisa: Teoria da colonialidade; Conceitos de raça, racismo e gênero; Intersecção gênero/raça no trabalho; Divisão sexual e racial do trabalho; A escravização das mulheres no período colonial; Histórico da regulamentação do trabalho doméstico no Brasil e a legislação vigente. – RESULTADOS: No Brasil, segundo dados do IBGE de 2018, o setor doméstico é composto em 92% por mulheres, entre elas, 68% mulheres negras. Sendo que destas relações de trabalho, aproximadamente 70% são informais, com uma média salarial inferior ao valor mínimo estabelecido. A alta informalidade é somada a uma baixa sindicalização, tornando estas trabalhadoras extremamente vulneráveis, desamparadas, em condições precárias, em um setor com falta de fiscalização, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE. Com a pandemia da COVID-19, esta situação agra vou-se . Em 2020, a categoria é apontada como a que mais sofreu com o desemprego e o tempo de deslocamento ao trabalho é maior para os trabalhadores domésticos superando a uma ora entre as pessoas de raça preta ou parda (IBGE, 2021b). – CONSIDERAÇÕES FINAIS: A pesquisa objetivou a compreensão da situação das trabalhadoras domésticas no Brasil, no período da pandemia da COVID-19. A partir da inter-relação de conceitos teóricos, obtidos por uma revisão bibliográfica, com os dados demonstrativos da realidade destas mulheres, foi possível destacar os fatores históricos e sociais que determinaram a situação atual. Bem como, a verificação do agravamento da situação vulnerável e precária deste setor de serviços. Nesse sentido, demonstrou-se como as conjunturas históricas e sociais, de colonização e de escravidão tardiamente abolida e nunca realmente finalizada, formaram uma sociedade estruturalmente racista e sexista. As mulheres negras compõem a mais baixa escala da hierarquia social e são submetidas aos trabalhos mais desvalorizados e precários, como o trabalho doméstico remunerado. Foram duas mulheres empregadas domésticas brutalmente atingidas na pandemia. Cleonice Gonçalves, foi a primeira vítima da COVID-19. E Mirtes Santana, teve seu filho Miguel ser Arrancado do seu convívio, morto pela falta de cuidado,histórico com as invisibilizadas empregadas domésticas, que desempenham um trabalho fundamental: o cuidado.

PALAVRAS-CHAVE:

trabalho doméstico; COVID-19; colonialidade; racismo; sexismo.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Sessão Oral:
(O5.3) PIBIC – Sessão COVID-19 – Ciências Humanas e Saúde : 26/10 – 11h00 – 13h00 – Auditório – Carlos da Costa
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa de Iniciação Científica no programa PIBIC da Fundação Araucária e da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Legendas:
  1. Estudante;
  2. Orientador;
  3. Colaboradores.

Compartilhe

Share on facebook
Share on linkedin
Share on twitter
Share on email