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SEGURANÇA E DESEJO DE MUROS

RESUMO

INTRODUÇÃO: Com o advento da globalização e da expansão do neoliberalismo no mundo, a autonomia estatal e a soberania de estado perdem força perante uma nova estrutura de mercado agora dominante nas relações políticas e econômicas. Assim, o desejo de construir muros e barreiras fronteiriças se constitui justificado como um método de proteção necessário para garantir a segurança de estados-nação, mas que acaba por revelar a fragilidade de sua soberania declinante. – OBJETIVOS: O objetivo do presente trabalho, neste sentido, consiste em analisar a relação entre técnicas de segurança e pulsão de muros no livro de Wendy Brown, traduzido ao espanhol, Estados Amurallados; avaliar até que ponto o desejo ou pulsão de muros é correlato de um declínio da soberania no Ocidente ou de uma nostalgia de estados soberanos e fortes; apontar como o desejo de segurança oscila entre um afeto e um direito, ou seja, entre a mera necessidade de satisfação jamais totalmente satisfeita e a legitimação em termos de direito à segurança a ser garantida pelo Estado. Finalmente, indicar até que ponto a transformação da segurança em um desejo de muros tem relação com a ascensão da política antidemocrática no Ocidente, especialmente no livro de Wendy Brown, Nas ruínas do neoliberalismo (2019). – MATERIAIS E MÉTODO: Para atingir os objetivos propostos, realizou-se uma detalhada revisão de literatura do livro Estados Amurallados, de Wendy Brown, versão em espanhol (2015). No período de leitura, realizou-se também a coleta de informações, com anotações e citações pertinentes, pesquisas, notícias e referenciamento dos principais pontos pertinentes ao desenvolvimento geral e, em tópicos, foram organizados de acordo com o desenvolvimento bibliográfico da autora em sua obra e dos temas a serem apresentados nos relatórios, de acordo com o objetivo proposto na pesquisa. – RESULTADOS: Levando em consideração o que foi analisado e apresentado na presente pesquisa, podemos compreender que a questão da pulsão e do desejo de muros enquanto políticas protecionistas se relaciona diretamente com a imagem do perigo externo e a necessidade de ações de defesa que certificam a soberania das nações que adotam tais políticas. A construção dos muros propõe em primeira instância uma ação de combate a problemas externos passíveis de prejudicar relações internas e jurídicas de determinada nação, mas essas mesmas construções, além de não solucionarem o problema que se propõe combater, tendem a criar outros problemas sociais, políticos e humanitários . – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Chega-se à conclusão que a pulsão de muros consiste no objetivo fracassado recuperar uma soberania erodida em pena época de ascensão do neoliberalismo, cujo assentamento na globalização deveria justamente produzir o contrário, que é a transformação ou a progressiva eliminação das fronteiras das soberanias tradicionais. Neste sentido, o aumento das fronteiras indica justamente o fracasso de um modelo político baseado em uma racionalidade econômica.

PALAVRAS-CHAVE:

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Sessão Oral:
(O4.6) PIBIC – Ciências Humanas – FILO : 26/10 – 08h30 – 10h30 – Sala Jacarandá 01
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa de Iniciação Científica com recursos do CNPq
Legendas:
  1. Estudante;
  2. Orientador;
  3. Colaboradores.

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