INTRODUÇÃO: O câncer de colo uterino caracteriza-se por uma replicação desordenada do estroma, causada principalmente pelas cepas 16 e 18 do Papiloma Vírus Humano (HPV). A transmissão viral se dá por meio de contato sexual pele a pele ou pele-mucosa, podendo ocorrer dois picos de incidência durante a vida feminina, apresentando desenvolvimento lento. Apesar da alta incidência de casos, é possível observar declínio no número de mortes decorrentes dessa neoplasia, principalmente devido à realização de exames preventivos de citologia oncológica. Nesse cenário, é importante reconhecer o perfil epidemiológico que envolve as mulheres afetadas, em prol de melhores ações preventivas e de diagnóstico precoce. – OBJETIVOS: Avaliar os dados epidemiológicos do ano de 2021, relacionados às portadoras de câncer do colo uterino que utilizam serviços de UBS no município de Londrina, atentando-se para a classificação das lesões (intraepitelial de alto grau e câncer invasivo). Analisar a incidência da doença na região atendida e relacionar fatores de risco com diagnóstico precoce e conhecimento acerca de medidas preventivas. A partir desse estudo, serão levantadas hipóteses relacionadas ao desenvolvimento dessa patologia, possibilitando melhorias nas ações protetivas, além de consolidação nas propostas já existentes. – MATERIAIS E MÉTODO: O presente estudo leva em consideração os dados coletados por meio do Sistema de Informações do Câncer (SISCAN) e Saúde Web, os quais possibilitaram selecionar 76 mulheres diagnosticadas nas unidades básicas de saúde em Londrina-PR, com câncer de colo uterino (CCU) ou lesão intraepitelial grau III (NIC III), no período de 01 de janeiro de 2021 até 31 de dezembro de 2021. As entrevistas com tais pacientes ocorreram através de chamadas telefônicas, devido ao distanciamento pelo COVID-19. Em relação aos critérios de exclusão incluíram-se: não assinar o termo de consentimento livre e esclarecido e números telefônicos de contato inexistentes. A descrição das variáveis foi realizada por meio de tabelas de frequências absolutas e relativas, sendo que a correlação entre as variáveis foi avaliada pelo teste Tau-b de Kendal, e os resultados descritos como coeficiente de correlação e valor de p. O nível de significância adotado foi < 0,05. Todos as análises foram realizadas no software SPSS, Versão 22.0. – RESULTADOS: A partir da coleta de dados, 78 pacientes foram diagnosticadas no período de análise com neoplasia intra epitelial cervical de alto grau ou carcinoma invasivo, sendo que 13 pacientes participaram das entrevistas. Analisou-se que a maioria (53,8%) eram pardas, entre 29-49 anos (76,9%), tinham renda familiar entre 1-3 salários mínimos e somente uma pequena parcela dessas mulheres tinham o ensino superior. Na população estudada, os fatores de risco predominantes foram início da atividade sexual precoce e histórico familiar de câncer. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Tendo em vista a importância dos exames preventivos e a relevância dessa patologia na saúde pública brasileira, percebe-se que campanhas preventivas e o diagnóstico precoce são essenciais para reduzir a incidência de casos e taxas de mortalidade. Apesar da existência de vacina contra HPV, algumas das mulheres entrevistadas não sabiam ao certo em qual idade deveria ser tomada, o que denota a falta de informação.
