INTRODUÇÃO: A intenção de vacinação é algo cultural no Brasil. Embora o aceite e adesão seja elevado, a confiança institucional pode ser um importante preditor para a maior adesão a este comportamento em um período pandêmico. No entanto, não foram identificados estudos no Brasil que analisaram estas relações. – OBJETIVOS: O objetivo deste estudo foi testar a associação entre a percepção em relação a pessoas e instituições e a intenção da vacinação da população brasileira em relação a COVID-19. – MATERIAIS E MÉTODO: Estudo multicêntrico, transversal, realizado em 2021 no Brasil. Foi aplicado por meio de inquérito online com uma amostra estimada de 2.000 participantes proporcionalmente distribuídos entre gênero, faixa etária e nível socioeconômico. Foi aplicado um inquérito estruturado com 16 blocos. Foi avaliada a confiança institucional em escala likert de sete pontos e classificada em: 1-2 baixo; 3-5 médio; 6-7 alto. A intenção de vacinação foi obtida em escala likert de quatro pontos classificada em “não” para as opções discordo um pouco e totalmente e “sim” concordo um pouco e totalmente. As variáveis sociodemográficas foram utilizadas para caracterização da amostra e potenciais covariáveis. Foi realizada a distribuição de frequência absoluta e relativa, teste de qui-quadrado e regressão logística binária bruta e ajustada para testar a associação entre as variáveis. – RESULTADOS: A amostra final foi composta por 1.832 participantes, onde 86,2% tinham a intenção de vacinação. Gênero feminino, etnia indígena e desempregado foram inversamente associados a intenção de vacinação, enquanto maior escolaridade foi associado de forma positiva. Se mostraram positivamente associados prefeito, governador, SUS, ciência e pesquisadores, imprensa e notícias, igreja católica e empresários. Apenas presidente foi inversamente associado ao desfecho. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Campanhas para informar a população podem facilitar a compreensão e confiança nas instituições, para que tenha melhor adesão dos habitantes a se vacinar.