INTRODUÇÃO: A etnofarmacologia pode, além de registrar os usos empíricos de plantas medicinais na sociedade, contribuir para inovações tecnológicas, e evidenciar a valorização do saber tradicional e cultura de diversos povos. Por conta da diversidade presente no país, o Brasil é um grande usuário de plantas medicinais. Entretanto, atualmente o desmatamento está em crescente no país, corroborando assim com a destruição de diversas espécies de plantas medicinais, o que se faz uma grande ameaça a posteriores estudos etnofarmacológicos. Apesar disso, a utilização das plantas medicinas para suprir necessidades de assistência médica na atenção primária está em evidência. – OBJETIVOS: A finalidade do estudo foi verificar quais plantas medicinais são mais comumente utilizadas na cidade de Curitiba e região metropolitana, e realizar uma revisão bibliográfica para relacionar os dados empíricos encontrados com a literatura científica. – MATERIAIS E MÉTODO: Foi aplicado remotamente um questionário, via plataforma Forms®, contendo perguntas abertas e fechadas sobre o conhecimento e utilização popular local de plantas medicinais (https://forms.gle/Te8YuERxoFKwNvH87). A amostragem foi não probabilística, selecionada por conveniência seguida por seleção por bola de neve. Posteriormente, os dados foram analisados aplicando uma estatística descritiva. Após a verificação das principais plantas medicinais citadas no questionário, realizou-se uma revisão de literatura, através de consulta em bases de dados remotas, em português e inglês, para analisar quais informações obtidas empiricamente já foram comprovadas cientificamente. – RESULTADOS: Foram 322 participantes da pesquisa, no qual a maioria era do sexo feminino (80,7%), com especialização (28%) e ensino superior completo (27%). Dos respondentes, 91,6% afirmaram que aprenderam a usar plantas medicinais com familiares ou amigos, 19,3% na internet, 18% em livros, 8,7% com vizinhos, 3,1% em rádio ou televisão e apenas 2,2% sozinhos. Quando perguntados sobre o motivo do uso de plantas medicinais, 80,7% afirmaram gostar de opções naturais, 7,8% porque é mais barato e 24,5% por não fazer mal à saúde. Foram citadas 126 espécies de plantas diferentes na pesquisa, porém as selecionadas para a revisão bibliográfica foram as mais citadas: Peumus boldus (120 citações), Mentha piperita (66), Melissa officinalis (44) e Zingiber officinale (36). Por fim, relacionou-se os dados sobre a finalidade de uso encontrados na pesquisa com estudos científicos através da revisão de literatura, e comprovou-se que os usos das plantas medicinais selecionadas nas respostas do questionário têm embasamento científico. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Foi possível evidenciar quais são as plantas medicinais mais utilizadas na cidade de Curitiba e região metropolitana, e valorizar o conhecimento da medicina popular que muitos indivíduos possuem. Comprovou-se através da revisão de literatura que as funcionalidades das plantas mais citadas pelos participantes têm fundamento científico.