INTRODUÇÃO: A automedicação é uma prática de alta prevalência relacionada a saúde publica e que envolve diversos riscos e benefícios. Estudantes universitários são considerados um grupo vulnerável a esta pratica uma vez que as taxas de automedicação aumentam com o nível de escolaridade. Estudantes da escola de Medicina apresentam maiores taxas por conhecimento técnico acerca do tema. A pandemia da COVID-19 trouxe visibilidade a diversos medicamentos ao passo que eram estudadas possibilidades preventivas e terapêuticas para a doença, aumentando ainda mais os índices de automedicação. – OBJETIVOS: Analisar comparativamente o uso de medicamentos de forma preventiva, em situação de vulnerabilidade, para a doença COVID-19 por estudantes das Escolas de Medicina, Direito, Ciências da Vida e Belas Artes. – MATERIAIS E MÉTODO: Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, transversal, analítico e quantitativo, em que, se aplicou um questionário criado pelos próprios pesquisadores, de maneira online pela plataforma Forms da Google, aos acadêmicos das Escolas de Medicina, Direito, Ciências da Vida e Belas Artes de uma faculdade privada do sul do Brasil. – RESULTADOS: O estudo contou com 396 respostas sendo 110 da escola de Direito, 99 da escola de Ciências da Vida, 96 da escola de Belas Artes e 91 da escola de Medicina. A maior parte da amostra foi composta por mulheres (75,5%), na faixa de 21-25 anos (55,5%), cursando o quarto ano de seu respectivo curso (26%). Em relação a medicação, 117 (29,5%) alunos afirmaram fazer uso de algum medicamento com objetivo preventivo sendo que os estudantes da escola de Medicina foram os que menos colaboraram com essa parcela, demonstrando uma diferença estatisticamente significativa aos outros cursos (p=0,002). Com relação a automedicação, 54 estudantes relataram o uso de medicamentos sem prescrição sendo que não houve diferença significativa entre as escolas analisadas (p=0, 659). Desses, 34 (64,2%) afirmaram terem estudo prévio sobre a medicação utilizada. Ainda, 81,8% dos estudantes demonstraram que a mídia não foi um fator de influência para o uso de medicamentos. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: O uso de medicamentos de forma preventiva para a COVID-19 foi evidenciado entre os estudantes analisados, no entanto a Escola de Medicina utilizou menos esse recurso quando comparada a outras escolas. Com relação a automedicação entre acadêmicos universitários, os índices reduziram consideravelmente em relação a estudos anteriores a pandemia e, diferente do que era encontrado previamente, futuros médicos não se automedicaram mais que estudantes de outras áreas do conhecimento. Isso pode estar relacionada ao fato desses estudantes possuírem treinamento acadêmico considerando uma medicina baseada em evidência e pode ser escopo de futuras pesquisas.
