INTRODUÇÃO: O complexo sistema de canais radiculares (SCR) é um nicho para microorganismos patogênicos que devem ser eliminados ou reduzidos durante a instrumentação dos canais, propiciando condições favoráveis para o reparo perirradicular. O conhecimento da morfologia do SCR e suas variações anatômicas se fazem necessário, visto que um canal não identificado e, consequentemente, não tratado pode levar ao insucesso do tratamento endodôntico. – OBJETIVOS: Verificar a morfologia do SCR e compará-los com a classificação de Vertucci, verificar também o número de canais radiculares, presença de canais laterais nos terços radiculares e o término do SCR, utilizando três diferentes métodos imaginológicos complementares: Radiografia Periapical Digital (RPD), Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) e Microtomografia (μCT). – MATERIAIS E MÉTODO: Foram avaliados 120 dentes, incisivos centrais (ICI) e laterais (ILI), caninos (CI), 30 para cada grupo dentário, por três diferentes métodos imaginológicos: RPD e TCFC, os quais foram observados por 03 diferentes avaliadores e a μCT, que foi observada por um quarto avaliador. por um quarto avaliador. – RESULTADOS: Quanto a classificação de Vertucci nos ICI, houve diferença estatística entre a RPD e TCFC (p = 0,036), também em relação a μCT (p = 0,011). O tipo I foi o mais comum nos ICI. Quanto a média do número de canais observados nos ICI houve diferença estatística entre a RPD e TCFC (p = 0,002), a μCT, apresentou diferença estatística entre a RPD (p=0,00018) e TCFC (p = 0,00018). Nos CI, houve diferença estatística somente entre a TCFC e μCT (p = 0,025). Em relação a presença dos canais laterais observados, houve diferença estatística (p = 0,031) nos ILI entre a TCFC com a μCT. Quanto a presença de canais laterais nos terços radiculares nos CI, na RPD e μCT a maioria foram observadas no terço apical, enquanto, que na TCFC foi no terço médio, com diferença estatística entre TCFC e μCT (p = 0,016). Quanto ao término do canal coincidir com o ápice radicular houve diferença estatística nos ICI e ILI na RPD e TCFC com a μCT (p = 0,001 e p = 0). Nos CI houve diferença estatística entre a RPD e TCFC (p = 0,007) e entre a RPD com a μCT (p = 0,019). – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Na TCFC e μCT foram observadas mais variações anatômicas segundo Vertucci. Nos II e CI foram observados maior número de canais radiculares na RPD e TCFC quando comparados a μCT. Nos ILI e CI foram observados mais canais laterais na TCFC quando comparadas a μCT. Nos II e CI a μCT mostrou que a maioria dos canais não terminam no ápice radicular.